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Saúde

Reposição hormonal: início precoce eleva risco de câncer

01 fevereiro 2011 - 15h13Por Redação Douranews, com Exame

Reposição hormonal: novo estudo associa início precoce a mais risco de câncer de mama

Mulheres que iniciam a terapia de reposição hormonal logo que entram na menopausa apresentam maior risco de desenvolver câncer de mamas do que aquelas que iniciam o tratamento mais tarde, segundo pesquisadores.

A descoberta, publicada na revista do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, ajuda a responder algumas perguntas sobre quem corre maiores riscos de sofrer os efeitos colaterais deste tipo de terapia.

O estudo com mais de 1 milhão de mulheres inglesas mostrou que aquelas que começaram a terapia pelo menos cinco anos após o início da menopausa apresentaram poucos ou nenhum risco de desenvolver câncer de mamas. As mulheres que iniciaram o tratamento logo que entraram na menopausa apresentam riscos 43% mais altos.

“Neste amplo estudo, encontramos maiores riscos de câncer de mamas quando a terapia hormonal foi iniciada antes ou logo depois do início da menopausa. E este padrão de riscos foi observado em diferentes tipos de terapia hormonal, realizados durante períodos curtos e longos, tanto em mulheres magras como em obesas”, relatou a equipe liderada por Valerie Beral, médica da Universidade de Oxford.

Os resultados do estudo são semelhantes a pesquisas realizadas pela Iniciativa da Saúde da Mulher (Women’s Health Iniciative – WHT), que constataram que mulheres que iniciaram a reposição hormonal logo que entram na menopausa apresentam riscos 41% maiores de desenvolver câncer de mamas quando comparadas às que aguardaram um pouco mais, disseram o Dr. Rowan Chlebowski, do Los Angeles BioMedical Research Institute, e Garnet Anderson, do Fred Hutchinson Cancer Research Center de Seattle.

Proteção ao coração

Mas, em um comentário sobre as descobertas, os dois especialistas ressaltaram que o contrário é verdadeiro para as doenças cardíacas – mulheres que iniciam a reposição hormonal mais cedo apresentam menores riscos de desenvolver tais doenças do que as que começam mais tarde.

Antes de 2002, a terapia hormonal era amplamente prescrita para diminuir os riscos de doenças cardíacas e osteoporose, problemas que aumentam bruscamente depois da menopausa, assim como para outros sintomas desconfortáveis da menopausa – como as ondas de calor.

Entretanto, o estudo da Iniciativa da Saúde da Mulher constatou que a reposição hormonal aumentava o risco de doenças cardíacas, derrame e câncer de pulmão. As vendas de medicamentos para a reposição hormonal despencaram, principalmente do Prempro - pílulas de estrógeno e progestina da Wyeth, que tiveram uma queda de 50% desde 2001, representando uma perda anual de um bilhão de dólares. A Wyeth foi comprada pela antiga concorrente Pfizer.

Em 2001, mais de 16 milhões de mulheres norte-americanas tomaram algum tipo de pílula de reposição hormonal, mas até 2009 este número caiu para 6 milhões.

Médicos observaram que as participantes do estudo da Iniciativa da Saúde da Mulher tinham, em média, 63 anos de idade, tomaram doses relativamente altas de Prempro e estavam acima do peso, em sua maioria.

Ninguém tinha certeza do que aconteceria se mulheres mais jovens e mais saudáveis tomassem formulações diferentes.

A equipe de Beral confirmou que, independentemente da formulação, as mulheres mais jovens em terapia de reposição hormonal apresentaram maiores riscos de câncer de mamas, mas os riscos desapareceram logo que o tratamento foi interrompido.

O risco geral de câncer de mamas permanece baixo para os dois grupos – menos de 1% ao ano.
Outros estudos também mostraram que o índice de câncer de mamas caiu logo que as mulheres interromperam a terapia. Um estudo canadense do ano passado constatou que o índice de câncer de mamas entre mulheres mais velhas caiu 10% depois de 2002.

A equipe de Chelbowski relatou em outubro que mulheres que tomaram pílulas de reposição hormonal apresentaram casos mais avançados de câncer de mamas e maior probabilidade de morrer da doença do que o grupo-controle com placebo.

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