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Saúde

Governo estuda incluir grávida na vacinação gratuita contra gripe

24 janeiro 2011 - 16h49Por redação douranews/ com exame

O Ministério da Saúde estuda incluir as grávidas na vacinação gratuita contra a gripe comum. Atualmente, as doses de proteção ao vírus respiratório são oferecidas nos postos de saúde apenas para a população com mais de 60 anos. Para todas as outras idades e circunstâncias, a imunização só está disponível em clínicas particulares.

A inclusão das gestantes tem como objetivo aumentar a proteção da saúde de mães e bebês. Ainda não há uma definição se a vacinação contra a gripe será estendida, mas os especialistas já defendem a proposta. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunização (Sbim), as mudanças no corpo trazidas pela gestação fazem com que este público fique mais vulnerável aos riscos de complicações da doença.

“É um grupo de risco que pode morrer de Influenza (vírus causador da gripe). Sempre recomendamos a vacinação para as grávidas, que podem receber a dose protetora em qualquer período da gravidez”, afirma Isabella Ballalai, presidente da Sociedade do Rio de Janeiro de Imunizações.

Apesar dos infectologistas já saberem há muito tempo que as gripes, as pneumonias e qualquer outro quadro respiratório tendem a ser mais perigosos em grávidas, a situação ficou evidência quando uma mutação do vírus deixou o mundo em sobressalto em 2009.

A chegada do H1N1, transmissor da gripe A (também conhecida como suína) configurou a primeira epidemia deste século e, entre as vítimas fatais, as grávidas tiveram destaque.

A explicação dada para este cenário é a mesma que justifica a maior vulnerabilidade delas para as doenças do trato respiratório: neste período o corpo fica com o sistema imunológico mais frágil e quanto mais próximo aos 9 meses, maior é a pressão nos pulmões, o que complica a doença. Quando a campanha de vacinação contra o H1N1 foi lançada, elas logo foram escaladas para comparecer nos postos.

Rejeição

Mas mesmo com o apelo estatístico que evidenciou as grávidas como um dos alvos da gripe A, as gestantes figuraram como o grupo de risco que menos compareceu aos postos (os índices de cobertura vacinal não chegaram aos 60%). Caso o Ministério da Saúde decida por incluir as futuras mães na imunização gratuita contra a gripe comum terá de criar estratégias para atrair esta população às salas de vacinação.

Segundo Isabella Ballalai, em geral as grávidas temem tomar vacinas por medo que o imunizante possa afetar a saúde dos seus bebês. É fato que nem todas as doses estão liberadas para as gestantes e a recomendação que sempre deve valer é a da equipe que realiza o pré-natal. Para orientar as mulheres e os médicos, a Sbim, em parceria com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) lançou um guia sobre quais são as vacinas recomendas e não recomendadas para as gestantes. Veja as principais orientações:


Vacinas contraindicadas em gestantes:
BCG
Sarampo, caxumba e rubéola
Varicela (catapora)
Febre amarela - Embora contraindicada, a dose pode ser administrada em gestantes quando o risco de contrair a doença é elevado (mora em área de risco ou vai viajar para área de risco).

Vacinas indicadas com considerações:

Hepatite A - A vacina deve ser aplicada preferencialmente fora do período da gestação, exceto se houver risco elevado de exposição ao vírus.

Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa) - Apesar da vacina não ser contraindicada na gestação, recomenda-se a sua aplicação antes da gravidez, ou, se isso não ocorreu, imediatamente após o parto.

Meningocócica C conjugada - vacina sem evidências de riscos teóricos para a gestante e o feto. No entanto, na gestação, está indicada apenas nas situações de surtos da doença.

Dupla do tipo adulto (dT), ou a antitetânica (ATT ) - Está indicada para a prevenção do tétano neonatal em mulheres sem vacinação anterior ou que tenham recebido a última dose dessa vacina há mais de cinco anos.

Vacina recomendada:

Influenza (gripe) - A recomendação da vacinação se sustenta no fato de a gestante pertencer ao grupo de risco aumentado para as complicações da infecção pelo vírus. Além disso, a transferência de anticorpos por via placenta e pelo leite materno possibilita a proteção do bebê nos primeiros meses de vida.