O mal, que já atinge mais de 18 milhões de pessoas no Brasil, segundo a Associação dos Portadores do Olho Seco [Apos], tem comemorado hoje (27) o Dia Nacional de Conscientização da Síndrome.
De acordo com o oftalmologista do Hospital das Clínicas, Pedro Carricondo, “os sintomas são desconforto na vista, às vezes com sensação de areia nos olhos e até vermelhidão”, explicando ainda que olhos lacrimejando, vista embaçada e sensibilidade à luz também podem aparecer.
O olho seco acontece quando a pessoa não pisca muito (na frente da tela do computador ou da tv) ou quando o tempo está seco (seja naturalmente ou por causa do ar condicionado). Então, o filme lacrimal deixa de ser suficiente para manter o olho lubrificado. O envelhecimento e a poluição são outras causas que contribuem para o aparecimento da doença.
Segundo o oftalmologista, normalmente o olho seco não causa maiores problemas além do desconforto por algumas horas ou dias, mas em casos mais graves é possível afetar a visão permanentemente.
“A falta de lubrificação em longo prazo favorece o aparecimento de infecções, principalmente se a pessoa coça o olho. Além disso, há a perda do epitélio, células cobertas pela lágrima que morrem, o que gera diminuição da visão. Quando o olho está muito seco, a córnea se vasculariza, e nos casos mais graves, ocorre a perda da visão”, conta.
O tratamento é baseado em melhorar as condições que causaram a síndrome, tentando melhorar a umidade do ar e dos olhos, com colírios lubrificantes e com a ingestão de bastante líquido. Quando há inflamação, são usados colírios específicos e em casos raríssimos pode ser necessária uma transfusão de glândula lacrimal. Para quem trabalha no computador, é indicado fazer pausas de 10 a 15 minutos a cada hora.
Ainda de acordo com o especialista, caso os sintomas persistam é aconselhável que o paciente procure um oftalmologista. A Síndrome é a segunda maior causa de atendimento em consultórios.
