Saiba como se prevenir de uma síndrome cada vez mais comum entre a população brasileira
“Começa um barulho baixinho e vai aumentando. Aí tenho que cutucar ele. Já teve noites que fiquei sem dormir, é difícil de acostumar”. Este é o relato da dona de casa Giselia Brito. Há cinco anos o marido, Moises da Silva, de 35 anos, começou a roncar. “Já tentei trocar de posição para dormir mas não adianta, toda noite eu ronco", diz Moises.
Esta mesma situação é vivida por 40% dos homens brasileiros e 25% das mulheres, segundo o Ministério da Saúde. Um problema que muitas vezes não é tratado com a seriedade que merece. “O ronco é um ruído causado pela vibração de tecidos moles em áreas estreitas da via aérea superior (nariz, orofaringe e laringe) que possuem um esqueleto ósseo coberto por estruturas moles que são complacentes e podem vibrar, explica o otorrinolaringologista Luciano Rodrigues.
O médico alerta que a partir desta doença podem surgir complicações, como por exemplo a Síndrome da Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono (SAHOS) que é causada por vários fatores, entre eles; doenças da tiróide, doenças degenerativas, uso de alguns medicamentos, consumo de bebida alcoólica, etc. A obesidade, hábitos alimentares e de vida também contribuem para a origem da SAHOS.
Moises da Silva apresenta um dos sintomas da síndrome. “As vezes eu acordo a noite com falta de ar”. A “SAHOS” faz com que a pessoa fique por até 10 segundos sem respirar, além de a pessoa ter sonolência durante o dia, dor de cabeça pela manhã, azia e queimação de estômago e irritabilidade emocional.
O diagnóstico da síndrome é feito clinicamente e através de polissonografia (exame que monitora parâmetros neurológicos e principalmente cardiovasculares). “ Lembrando que é de extrema importância se fazer antes de tudo uma avaliação das vias aéreas superiores do paciente antes de seguirmos com a investigação da síndrome. Também existem cirurgias e aparelhos com pressão positiva de fluxo de ar que são colocados para o paciente dormir”, orienta o otorrino.
Algumas dicas para amenizar o ronco
1. Durma de lado. Você tem mais chances de roncar se estiver deitado de barriga para cima;
2. Emagreça O excesso de peso, especialmente ao redor do pescoço, faz pressão sobre as vias aéreas, fazendo-as ceder parcialmente;
3. Evite bebidas alcoólicas e tranqüilizantes. Álcool e sedativo podem deprimir seu sistema nervoso central e relaxar os músculos de sua garganta e maxilar, aumentando as chances de ronco. Essas substâncias também são conhecidas por contribuírem para a apnéia do sono que está associada à doença cardiovascular.
4. Trate suas alergias. As alergias respiratórias crônicas podem provocar o ronco forçando as pessoas a respirarem pela boca enquanto estão dormindo. Tomar um descongestionante ou um anti-histamínico antes de deitar pode ajudar. Se seu nariz estiver congestionado, experimente usar soluções salinas ou um umidificador para evitar o ronco;
5. Compre um protetor bucal. Seu médico ou dentista pode prescrever um protetor anti-ronco que mantém seus dentes juntos e evita que os músculos do maxilar inferior fiquem flácidos;
6. Pare de fumar. O tabagismo lesa o sistema respiratório;
7. Mantenha horários regulares. Tenha uma boa noite de sono. Deite-se e levante-se diariamente no mesmo horário;
8. Procure um médico se estiver grávida e roncar. As mulheres grávidas, às vezes, começam a roncar. O ronco pode roubar oxigênio do feto; por isso, as gestantes que roncam devem procurar auxílio médico;
9. Eleve a cabeça. Dormir com a cabeça elevada pode diminuir a pressão sobre as vias aéreas, facilitando a respiração e reduzindo o ronco. Levante a cabeceira da cama colocando tijolos sob seus pés ou mantenha a cabeça erguida com travesseiros.
