O pesquisador da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Carlos Fernando Andrade ministrou na tarde desta quarta-feira uma palestra para agentes gestores de endemias que trabalham no combate à dengue em Dourados.
O evento aconteceu no auditório do CAM (Centro Administrativo Municipal). A secretária municipal de Saúde, Denise Nemirovsky, disse na abertura do evento que é satisfatório e importante poder discutir sobre a dengue e seu combate.
Durante a palestra, Andrade explicou que uma das principais dificuldades no combate à dengue são as novas invenções em vez da medida exata que previne de fato a proliferação da dengue – o fim de ambientes propícios às larvas.
“Tudo o que a ciência sabe não é tão necessário quanto o que vocês sabem. Repelente eletrônico, pulseira de citronela, borra de café, cravo e limão. Enquanto nos preocuparmos com isso e enquanto a mídia divulgar isso, não vamos vencer essa guerra contra a dengue”, explicou Andrade.
Para o pesquisador, essas opções são inócuas ou inseguras e nada eficazes no real combate ao mosquito da dengue. Para ele, combater a dengue só é possível com a inibição de todos os criadouros do mosquito. O pesquisador disse também que falta o poder público, a sociedade e a imprensa realizarem melhor o seu papel.
“Estão faltando empenho, recompensa e treinamento dos agentes. Está faltando a imprensa trabalhar melhor os conceitos de combate à dengue e está faltando os munícipes ouvirem vocês, [agentes]”, afirmou Andrade.
Pesquisador
Carlos Fernando Andrade é PhD (pós-doutor) em controle de mosquitos e é pesquisador do Departamento de Biologia Animal do Instituto de Biologia da Unicamp.
Andrade está em Dourados para ministrar um curso de controle de mosquitos e borrachudos aos alunos de pós-graduação das áreas biológicas e do curso de Ciências Biológicas da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).
