Menu
Buscarsábado, 20 de abril de 2024
(67) 99913-8196
Dourados
19°C
Saúde

Variante P1 do coronavírus já é predominante em MS e ataca mais jovens

16 abril 2021 - 12h56

A variante do coronavírus denominada P1, que surgiu inicialmente em Manaus, já é predominante em Mato Grosso do Sul, atingindo 82% entre 38 amostras analisadas entre os dias 6 a 9 deste mês. O anúncio foi feito durante reunião que aconteceu na tarde desta quinta-feira (15) na Secretaria estadual de Saúde e reuniu um grupo de pesquisadores que participou dos trabalhos realizados pela UFMS, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, recebeu os resultados da pesquisa que constatou a predominância da variante P1. De acordo com os pesquisadores Júlio Croda, Ana Rita Coimbra Motta-Castro (ambos ligados à Fiocruz e à UFMS) e James Venturini (UFMS), a variante tem as seguintes características: maior transmissibilidade, atinge a população mais jovem, apresenta uma evolução mais rápida e de maior gravidade da doença, além de diminuir a efetividade das vacinas.

“A P1 é a variante que domina todos os Estados do Brasil. Isso explica por que tivemos um número elevado de casos e uma necessidade maior de leitos de UTI. Com uma nova variante mais transmissível temos mais pessoas que precisam de hospitalização e mais pessoas vão a óbito. Essa variante também acomete jovens, então aquela história de antes, de que somente os idosos iriam precisar de leitos de UTI, não é mais verdade. Hoje em dia, a maioria das pessoas que estão internadas são de jovens, principalmente por conta da P1, porque ela tem uma carga viral mais elevada”, afirma Júlio Croda.

82% das variantes de coronavírus sequenciadas em Mato Grosso do Sul no mês de março deste ano são P1, aponta pesquisa

A variante, segundo os pesquisadores, foi identificada em fevereiro deste ano. Com um mês de circulação, no entanto, é a mais presente nas análises do vírus. A descoberta foi possível por meio de um trabalho que realizou o sequenciamento genético do coronavírus, a partir de amostras clínicas por meio de swab nasofaringeano. O trabalho, denominado “mapeamento genômico de Mato Grosso do Sul”, teve como objetivo conhecer as variantes que mais circulam no Estado e, com isso, subsidiar as autoridades sanitárias na adoção de práticas e ações de combate à Covid-19.

“Tivemos em nosso Estado a presença de muitas variantes, mas no último mês de março foi muito grande a disseminação da P1”, salienta a pesquisadora Ana Rita Coimbra.

Conquista

A realização do trabalho de sequenciamento genético das amostras de coronavírus somente foi possível após a aquisição, pela UFMS, de um sequenciador de nova geração, que disponibiliza uma das mais modernas tecnologias na área, e que trouxe autonomia para Mato Grosso do Sul, que agora não precisa mais enviar amostras para outros Estados. O Lacen (Laboratório Central de Mato Grosso do Sul) contribuiu com a disponibilização de insumos para essa pesquisa.

Segundo a secretária-adjunta estadual de Saúde, Christine Maymone, a aquisição da tecnologia em Mato Grosso do Sul é uma conquista que vai possibilitar ao Estado “tomar as melhores decisões possíveis, com embasamento na ciência. O sequenciamento genômico é uma questão muito importante e daqui para frente vai fazer parte da nossa rotina”.

O secretário estadual Geraldo Resende fez um agradecimento a toda a equipe da pasta, aos pesquisadores da UFMS, à equipe do Lacen-MS e ao governador Reinaldo Azambuja “que nos possibilitou os convênios com todas as instituições que apresentam, à luz da ciência, caminhos para enfrentarmos o coronavírus”. (Da assessoria)