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Saúde

Estado chega a 346 casos confirmados da Covid-19 e foca atenção nas áreas indígenas

09 maio 2020 - 20h02

A infectologista e integrante do COE (Comitê de Operações de Emergência) da Secretaria estadual de Saúde), Mariana Croda, apresentou a estratégia que está sendo implantada especificamente nas aldeias indígenas de Dourados para combate ao coronavírus, na transmissão ao vivo deste sábado (9) pelas redes sociais do Governo na internet. Segundo Mariana, o mais importante é evitar o contágio e imprimir uma ação rápida nessas comunidades.

“Até o momento nenhum caso foi registrado. Em conjunto com o DSEI (o Distrito Sanitário Especial Indígena), que faz o gerenciamento da saúde dos indígenas em MS, iniciamos a implantação de unidades de vigilância, que possam fazer o diagnóstico molecular, por RT PCR, nas síndromes gripais da população indígena”. A ação inicia-se nas aldeias Bororó 1 e 2 e na Jaguapiru 1 e 2.

“É uma estratégia ampliada porque nós não testamos apenas o coronavírus, mas os vírus sanitários, nos modelos do Ministério da Saúde, para saber a circulação viral nessa comunidade”, complementa a especialista, que é professora da UFMS e por vários aos foi diretora do HU (Hospital Universitário) da UFGD em Dourados, referência no atendimento às populações indígenas do Sul do Estado.

Serão coletadas dez amostras de swab em pacientes indígenas que apresentarem sintomas da síndrome gripal para ser realizado exame RT-PCR de painel viral para onze vírus respiratórios, para detectar qual vírus está circulando na aldeia. As coletas serão feitas nos postos de saúde das aldeias e enviadas ao Lacen/MS, o Laboratório Central de diagnósticos.

A segunda etapa acontece quando o primeiro paciente indígena der positivo na aldeia. “A partir disso começará a ser feita a testagem em massa na população indígena através de testes rápidos e também RT-PCR para isolamento domiciliar”, reforça o titular da pasta, Geraldo Resende, explicando ainda que o próximo município a receber iniciativa semelhante será Amambai, onde também se concentra expressiva população de índios.

Número de casos dispara

Com a curva de crescimento da Covid-19 em ascensão no Estado, a Secretaria de Saúde reforça a necessidade da população se manter em casa, só sair em caso de extrema necessidade, mantendo todos os cuidados com higienização das mãos e o uso de máscaras. O secretário Geraldo Resende disse que o Governo está monitorando e oferecendo todo suporte aos municípios com avanço acelerado de contaminação, e mais uma vez chamou a atenção para a única medida capaz de enfraquecer o vírus.

“O número de casos tem crescido muito nos últimos dias. Há poucos dias tivemos 23, ontem mais 15 e hoje mais 20 casos. O crescimento está sendo exponencial. Fazemos um apelo para o isolamento social, especialmente numa data em que culturalmente as famílias se reúnem para comemorar o dia das mães”, pontuou durante live neste sábado (9), pedindo que a população use as ferramentas digitais para celebrar a data.

Confira o último boletim do Estado para a Covid-19

Mesmo sem casos suspeitos entre os indígenas no Mato Grosso do Sul, por enquanto, o temor existe porque o governo federal não apresentou até o momento um plano de combate ao novo coronavírus junto às aldeias. Tampouco os povos indígenas foram considerados como grupo de risco pelo Ministério da Saúde, o que não implica cuidados específicos e diferenciados, manifesta o Cimi (Conselho Indigenista Missionário).

Na Reserva de Dourados, além da grande quantidade de indígenas em pouco espaço, a falta de água é constante em algumas regiões e persiste há mais de uma década. Muitas famílias precisam caminhar por horas para conseguir água ou contar com o abastecimento, feito de forma esporádica, já denunciou o deputado Barbosinha, cobrando providências das autoridades nesse sentido e sugerindo a contratação dos serviços da Sanesul para resolver a situação.