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Saúde

Lamber a chupeta do bebê é a melhor forma de limpá-la, diz estudo

18 março 2020 - 20h03

É quase um consenso entre os pais: quando a chupeta do bebê cai no chão, o certo é fazer uma lavagem profunda, às vezes até fervendo, para eliminar as bactérias e não oferecer riscos à saúde da criança. Porém, dois estudos podem colocar por água abaixo esse hábito, ao constatarem que a melhor maneira de limpar a chupeta é com a própria boca.

A primeira pesquisa difundida sobre o tema foi publicada em 2013 e realizada na Universidade de Gotemburgo, na Suécia. Os estudiosos analisaram a saliva de 184 bebês, acompanhando as amostras até que eles completassem 3 anos de idade. Além disso, aplicaram um questionário aos pais, questionando a forma como limpavam as chupetas dos filhos.

O resultado foi surpreendente: foi constatado que os bebês cujas chupetas eram limpas com a saliva dos pais possuíam uma maior variedade de bactérias benéficas ao organismo. Consequentemente, essas crianças obtinham maior proteção contra alguns tipos de doença, como o eczema, que é uma espécie de alergia muito comum em bebês de até um ano e meio de idade.

Os pesquisadores também observaram que o número de resfriados e gripes contraídos pelos bebês que tinham a chupeta higienizada com saliva foi o mesmo dos filhos dos pais que lavavam o objeto da maneira convencional, ou seja, este hábito não deixa as crianças mais suscetíveis a essas doenças.

Outro estudo, mais recente, publicado em 2018 e divulgado pelo Sistema de Saúde Henry Ford, dos Estados Unidos, chegou a conclusões parecidas. Nesse caso, foram analisadas 128 crianças e, dentro dessa amostragem, nove tinham pais que lambiam a chupeta para limpá-la. Os pesquisadores observaram que esses nove bebês tiveram um nível mais baixo de Imunoglobulina E no organismo. Este anticorpo está diretamente ligado à asma e algumas alergias.

Isso acontece porque, ao ter contato com a saliva dos pais através da chupeta, o bebê tem contato com novas bactérias que ainda não haviam sido apresentadas ao seu organismo, provocando uma melhora no sistema imunológico, que é responsável por prevenir os tipos de doença citados. Essa exposição forçada funciona como uma espécie de treino para a imunidade das crianças.

Porém, ambos os estudos geraram muitas controvérsias na comunidade científica. Alguns médicos e especialistas argumentaram que o período analisado é curto para entender os reais resultados desse contato precoce com outras bactérias, já que as consequências podem aparecer com o passar dos anos, exemplificando com o desenvolvimento de cáries.

Por outro lado, o pesquisador norte-americano Jack Gilbert é um ferrenho defensor da exposição à sujeira na infância, tendo inclusive lançado um livro sobre o tema. Ele defende o equilíbrio entre a higiene e a exposição a diferentes tipos de micróbio, acreditando ser uma ótima maneira de prevenir doenças futuras.

Apesar de ser um item muito polêmico, a chupeta também traz diversos outros potenciais benefícios para o bebê, além dessa possível melhoria no sistema imunológico: a criança fica calma, desenvolve a coordenação e melhora o sistema digestivo. Alguns modelos, porém, são mais adequados para algumas crianças, por isso é essencial escolher a chupeta certa.