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Saúde

Março azul escuro sinaliza importância de prevenir o câncer colorretal

05 março 2020 - 17h57

O mês de março é colorido com azul escuro para chamar a atenção da sociedade sobre o câncer colorretal, 3º mais comum no Brasil e 2º em nível de mortalidade. As pesquisas sobre a doença têm avançado e permitido um tratamento cada vez mais eficaz e um entendimento melhor quanto a fatores de risco e de prevenção. Por isso, nesse período, intensifica-se o acesso à informação e conscientização.

Estimativa do Inca, o Instituto Nacional do Câncer, de 2020, aponta que 40.990 novos casos de câncer colorretal devem ser registrados, sendo 20.520 em homens e 20.470 nas mulheres. Por outro lado, a incidência vem diminuindo em países desenvolvidos devido ao rastreio e tratamento de pólipos (lesões), com uma taxa de declínio anual de quase 2% nestes países, indicando o caminho a ser seguido. Por trás desses números e dados estão aspectos do dia a dia das pessoas que, muitas vezes, passam despercebidos. Os hábitos alimentares, por exemplo, têm grande impacto, sendo considerados um fator de risco.

“O consumo excessivo de carne vermelha e seus derivados processados parecem estar associados com o aumento da incidência do câncer colorretal, especialmente no lado esquerdo. O processo de preparação em altas temperaturas promove a geração de hidrocarbonetos poliaromáticos e outros carcinógenos. O recomendado é o consumo de carne vermelha magra, uma a duas vezes na semana”, recomenda o médico Bruno Kunz Bereza, especialista em cancerologia cirúrgica com ênfase em cirurgia minimamente invasiva, com foco na área gastrointestinal.

O tabagismo e o consumo de álcool – mesmo de doses menores a um drinque por dia - também aumentam o risco de câncer de intestino. Outros fatores de risco são: obesidade em adultos jovens e de meia idade, diabetes mellitus, doenças que fazem inflamação do intestino grosso, sedentarismo, idade, familiares com história de câncer colorretal, entre outros. “São fatores de proteção: suplemento de folato, cálcio, fibras, consumo de alho, anti-inflamatórios, hábitos saudáveis de alimentação e rotina de exercícios”, complementa o médico.

Estudos publicados recentemente apontam a suplementação de vitamina D como fator protetor. Segundo doutor Bruno, duas evidências, apesar de fracas, surgiram. “Percebeu-se que pacientes operados de câncer de cólon, que receberam vitamina D após o tratamento, apresentaram menor chance de recidiva e menor velocidade de crescimento de tumores. Foi evidenciado que a vitamina D pode ter um efeito de inativação de alguns genes ou mutações que poderiam levar a alguns tipos de câncer”, destaca Bereza. As análises ainda não conseguiram identificar a dose exata de vitamina D e quais pacientes se beneficiam, mas já sinalizam um possível avanço.

A comunidade médica segue debruçada em progredir nas pesquisas que possam resultar em tratamentos cada vez mais eficazes. É unânime, porém, que prevenção e diagnóstico precoce são hoje a melhor estratégia para combater o câncer colorretal.