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Enquanto uma universitária de 22 anos morreu este mês dentro de uma sala de aula de uma faculdade de Belo Horizonte, em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz divisa com a brasileira Ponta Porã no Mato Grosso do Sul, o desfecho de um caso semelhante foi bem diferente.

Durante uma das aulas, uma brasileira que estuda o quinto semestre de Medicina na UCP (Universidad Central Del Paraguai) teve um mal súbito, queda de pressão e alteração na pressão arterial e suava bastante, reclamando de forte dor no peito. Ela foi atendida imediatamente pela equipe de Urgência e Emergência criada pela instituição, justamente para socorrer este tipo de problema.

A aluna foi levada para uma sala montada dentro da universidade onde foi estabelecido um protocolo de paciente cardiológico e colocada em um monitor multiparamédico onde os sinais vitais dela passaram a ser monitorados e recebeu oxigênio e todos os cuidados necessários para ser transportada até o Hospital da Cassems em Ponta Porã, onde ficou internada até ter o quadro de saúde normalizado e já retomou a rotina normal na faculdade.

No caso da estudante mineira que fazia o curso de gestão de recursos humanos, ela sofreu o infarto enquanto apresentava um trabalho e como demorou para ser socorrida acabou morrendo. Na faculdade não havia uma equipe de primeiros socorros e nem desfibrilador. Ela foi socorrida por uma equipe do Samu de da Policia Militar da cidade.

Mesmo não existindo obrigatoriedade legal no Paraguai para este tipo de equipe especializada, a direção da UCP entendeu a necessidade de haver profissionais treinados e um local dotado de toda a infraestrutura para uma eventualidade como esta.

No caso da faculdade mineira, ela descumpriu uma exigência legal já que existe a Lei Municipal 9.317/2007 que obriga a colocação de desfibriladores em shoppings, na Câmara Municipal, aeroportos, terminal rodoviário, instituições de ensino superior, casas de espetáculos, clubes, estádios de futebol e estabelecimentos similares com capacidade igual ou superior a mil pessoas.

Também há uma legislação estadual que regula o uso do desfibrilador. Ela é de 2005 e obriga que haja o equipamento em locais com circulação diária acima de 1.500 pessoas.

Na UCP

Criada pelo Departamento de Extensão Universitária, a equipe da UCP conta com profissionais altamente capacitados. Treinados e coordenados pela médica Juliane Oliveira, a equipe está capacitada e equipada e já realizou vários atendimentos em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero em eventos esportivos e humanitários e em acidentes de trânsito e em outras necessidades nas duas cidades fronteiriças.

De acordo com o universitário Gabriel Schultz, instrutor da Cruz Vermelha brasileira e um dos responsáveis pela equipe, o atendimento correto, no momento certo e com os equipamentos necessários, faz a diferença entre a vida e a morte. “Estávamos preparados para o socorro que foi feito de forma imediata e hoje temos nossa colega de volta à sala de aula em condições de continuar estudando, se formar e salvar muitas vidas no futuro”, disse ele.

No caso da faculdade de Minas Gerais, a instituição informou, por meio de nota, que a jovem era portadora de uma grave cardiopatia, desconhecida pela instituição e lamentou o ocorrido.