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Saúde

Coordenador estadual da Saúde diz que em 100% das casas de MS tem Aedes

21 agosto 2019 - 21h45

As instituições participantes da Frente Parlamentar de Enfrentamento à Tríplice Epidemia: Dengue, Chikungunya e Zika demonstraram, em reunião realizada nesta quarta-feira (21), as atividades que estão sendo desenvolvidas para proteger a população sul-mato-grossense dos males causados pelo Aedes aegypti. Durante o evento proposto e coordenado pelo deputado Renato Câmara (MDB), foram abordados o panorama das doenças no MS e as inovações para o combate ao vetor, entre elas a criação de um jogo digital - o "Neighbor Hero" - para conscientizar crianças e jovens sobre o mosquito que causa a Dengue, Zyka e Chikungunya.

A ferramenta foi proposta pela Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) e está sendo desenvolvida por alunos do campus de Dourados do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) e, “sem dúvida, será um passo muito importante contra o Aedes”, ressaltou Renato Câmara. Segundo o deputado, a intenção é criar parcerias e montar uma estratégia para distribuir e divulgar o jogo no Estado.

O professor do IFMS, Yuri Karan, explicou o motivo da criação de um jogo sobre o tema. “A intenção é fazer a conscientização dos jovens sobre os problemas trazidos pelo Aedes aegypti de forma diferente. Pois, às vezes, uma palestra não é o melhor meio de alcançar esse público”, defendeu. Segundo o representante do IFMS, a previsão é de que uma versão do jogo seja disponibilizada entre o final do ano e início de 2020, como estimaram os alunos Tayanara Chagas e Enzo Romero, que estão desenvolvendo a nova ferramenta.

“Os jogos são vistos como divertidos e mais interessantes. O jogo educativo proposto procura cativar o público por meio da diversão”, destacou Taynara. De acordo com os desenvolvedores, o jogo conta a história de Luan, um menino que viu seu bairro ser devastado pela dengue e resolveu agir para acabar com o vetor, tornando-se o herói do jogo. Idealizado para o público de 10 a 16 anos, o jogo possui um enredo, com várias personagens que levam os jogadores, a cada fase, derrotar inimigos e vencer vários obstáculos.

Outro projeto novo que está sendo desenvolvido em Campo Grande para controlar o Aedes aegypti é o Wolbachia. A assessora técnica da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV), Rosana Mercado, detalhou que Wolbachia é uma bactéria que vem sendo introduzida no mosquito, a fim de modificar o vetor e inibir a transmissão dos vírus da tríplice epidemia. A especialista explicou que o projeto será implantado na Capital nos próximos meses. “O projeto, que já é realidade no estado do Rio de Janeiro, será iniciado no bairro Moreninhas”. Rosana enfatizou que a bactéria não é transmitida a humanos.

Panorama estadual

O coordenador estadual de controle dos vetores da Secretaria de Saúde de MS, Mauro Lúcio Rosário, falou sobre os dados epidemiológicos da Tríplice Epidemia no Mato Grosso do Sul. Segundo Rosário, em 2019, foram feitas mais de 50 mil notificações de dengue. “Se não fizermos algo rápido, poderemos chegar a 100 mil ao final do ano, ou seja, mais pessoas doentes e mortes”, alertou. O coordenador chamou a atenção para a previsão de uma nova epidemia de Chikungunya. “Não temos estrutura para suportar uma epidemia dessa doença”, explicou.

De acordo com o especialista, é preciso ações práticas por parte da população para o controle das doenças. “Se nós não eliminarmos o criadouro com as nossas próprias mãos, não teremos avanço, pois 100% das casas têm Aedes. Todo o Estado está em área de risco. Esses números precisam mudar”, enfatizou. Rosário ainda destacou a importância das atividades realizadas na Casa de Leis. “Acho fundamental essa Frente Parlamentar para atingirmos as pessoas que podem ajudar a mudar essa situação. Cada um aqui é fundamental no controle vetorial”, refletiu.

A farmacêutica bioquímica do Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública do Mato Grosso do Sul), Mirian Tokeshi Muller, falou sobre a atuação da instituição. “O Lacen atua como laboratório de referência estadual no apoio ao diagnóstico das ações de vigilância epidemiológica, ambiental e sanitária no MS”, disse. Mirian também falou sobre o histórico do Aedes aegypti no Brasil, os sintomas das doenças e as medidas de prevenção de epidemias. “Uma das ações é compartilhar informações com os cidadãos, incentivando programas de mobilização social, que contribuam para ampliar medidas de prevenção e minimizar riscos de disseminação do vírus”, afirmou.

Ao final do evento, o coordenador da Frente Parlamentar destacou o reflexo das atividades do grupo. “Aqui é um fórum colaborativo. A ALMS traz vários instrumentos legais para fazer encaminhamentos, aprimoramento da legislação, discussões e fiscalização. A Frente tem conseguido resultados importantes. Uma das metas será criar frentes parlamentares municipais para tratar da tríplice epidemia, pois é localmente que precisa haver a articulação, o trabalho de base”, disse Renato Câmara.

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