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Saúde

Feto é operado no útero da mãe para corrigir malformação

18 junho 2019 - 12h22

Médicos de três instituições operaram o intestino de um feto com malformação congênita ainda na barriga da mãe no HCM (Hospital da Criança e Maternidade), em São José do Rio Preto (SP). O procedimento realizado nesta segunda-feira (17) foi pioneiro no mundo, segundo os especialistas.

De acordo com o hospital, participaram da cirurgia médicos do Hospital da Criança e Maternidade de Rio Preto, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, da Universidade de Taubaté e do Hospital de Baia Blanca, da Argentina. Segundo a assessoria da unidade, o bebê operado está com 33 semanas de gest ção e possuía gastrosquise, uma abertura nos músculos e na pele da parede abdominal que permite que o intestino fique para fora do abdômen.

De acordo com a cirurgiã fetal Denise Araújo Lapa, a cirurgia foi inédita porque até então o paciente era operado logo após o nascimento. Contudo, a grande diferença é que os especialistas submeteram o feto ao procedimento ainda dentro do útero da mãe, fato que diminuí riscos e complicações.

“O Brasil está em primeiro lugar. Fomos os pioneiros a fazer esse procedimento que há muito tempo estão tentando realizar. Nunca imaginei fazer algo assim. Um pesquisador com uma boa ideia e patrocinado faz coisas inexplicáveis no Brasil”, afirma Denise.

Segundo o médico Gregório Lorenzo, especialista em medicina fetal, a mãe da criança, de 26 anos, mora em São José dos Campos (SP) e o procurou para falar sobre a doença que a criança tinha. “Eu sugeri que eles viessem para cá por uma questão de qualidade e especialidade. Com a vinda deles, percebemos que poderíamos fazer a abordagem antes do nascimento. Então, os pais concordaram com a cirurgia sabendo dos benefícios que isso poderia acarretar”, afirma.

Cirurgia

Os médicos precisaram de 1h40 para realizar o procedimento, que é minimamente invasivo. Durante o procedimento, quatro pequenas incisões foram feitas na barriga da mãe, por onde introduziram os instrumentos que permitem ver o interior do útero e corrigir a má formação.

Segundo os profissionais, uma das grandes vantagens é o fato do bebê nascer sadio, o que permite mamar imediatamente no seio da mãe e ter alta hospitalar em dois ou três dias. Ainda de acordo com os médicos, já o bebê que se submete a uma cirurgia de correção da gastrosquise após o nascimento tem as alças intestinais inflamadas, o que o impede de mamar. Consequentemente, ele precisa permanecer, em média, 30 dias internado, recebendo nutrição parenteral.