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Saúde

Hospital da Missão Caiuá pede ajuda para não fechar em Dourados

06 julho 2017 - 22h07

A prefeita Délia Razuk recebeu na manhã desta quinta-feira (6) representantes do Hospital Porta da Esperança, mantido pela Missão Evangélica Caiuá, para tratar de assuntos referentes aos repasses do município para a entidade filantrópica, às voltas em crise financeira, segundo explicou o diretor, reverendo Benjamin Benedito Bernardes. Ele disse que os problemas financeiros que atingem a unidade hospitalar responsável pelo atendimento da comunidade indígena há mais de 60 anos, agravaram-se mais ainda e a direção do Hospital cogitou, em assembleia, pelo possível fechamento do Hospital da Missão, mas, antes disso, a entidade buscou junto à Prefeitura de Dourados o amparo para que isso não aconteça.

A Missão Caiuá recebeu R$ 497 milhões em 2016 como parte do orçamento global da Sesai (Secretaria de Saúde Indígena) repassado às três organizações não governamentais que atendem índios no Brasil; além da Missão Caiuá, o organismo nacional atende a SPDM (Associação Paulista para Desenvolvimento da Medicina), que atua na região norte, e o IMIP (Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira), no nordeste do País.

A prefeita Délia Razuk destacou que, por ter repasses também do Estado e da União, a responsabilidade por ‘salvar’ a unidade não pode e nem deve ser exclusiva da administração municipal. No entanto, segundo a prefeita, o que puder ser feito para cumprir com os compromissos já firmados, além de melhorar o atendimento de modo a influenciar a produtividade do hospital, será analisado.

“Precisamos que o hospital volte a ter vida. Dentro da atuação possível do município faremos o que for necessário, com a revisão destes repasses, com o amparo de pessoal, de estrutura. Tudo isto será estudado com foco em ajudar”, determinou. Além disso, a prefeita sugeriu à comissão que busque também com o Governo do Estado soluções para sair da crise. “Estamos abertos para conversar, mas há responsabilidades diversas que precisam ser cumpridas e eu só posso falar pela Prefeitura”, disse.

O superintendente do hospital, Demétrio do Lago, explicou que as dificuldades financeiras vividas são fruto de um círculo vicioso que se arrasta por anos, agravado com certa queda de produtividade nos atendimentos e a não atualização de repasses. “Hoje temos incentivos do município, União (maior parte) e Estado, e a entidade precisa de reajuste de repasses para manter a unidade”, disse, destacando a utilidade pública da entidade filantrópica e a situação crítica existente para a manutenção do hospital. “Alguns cortes de repasse têm sido feitos por conta do não cumprimento de metas de atendimento, mas estas metas sofrem prejuízo por vários fatores”, continuou Demétrio.

Délia Razuk enumerou ainda as ações que a Prefeitura de Dourados desempenha nas aldeias, como a recuperação de estradas, a implantação de projetos de resgate cultural e de educação, a busca pela dignidade da vida humana, com ações de saúde e meio ambiente, e ainda nas áreas da cultura, da produção agrícola e da identidade indígena. “Estamos na Reserva porque entendo que todos somos Dourados. O que pudermos fazer será feito e quem quiser ajudar é bem vindo”, disse.

CAPS AD

Como os problemas com álcool e outras drogas assolam a comunidade indígena em Dourados, Demétrio informou a prefeita Délia sobre um projeto que a Missão Caiuá elaborou para a implantação de uma unidade do CAPS-AD (Centro de Atenção Psicossocial Antidrogas) na Reserva. Ele destacou o fato de a maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul possuir a maior comunidade indígena em números absolutos no Brasil, com uma população maior que a de 34 municípios do Estado.

A prefeita Délia fez uma ligação ao deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM)e manteve uma espécie de conferência por telefone com o parlamentar. De Brasília, ele garantiu que buscará, dentro de um levantamento técnico da possibilidade de instalação do CAPS na aldeia, recursos para essa implantação. “Vou a Dourados e quero fazer uma visita à comunidade indígena para buscarmos esta melhoria”, anunciou o deputado.