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Saúde

Universalização de saneamento renderia mais de R$ 530 bilhões ao Brasil

12 abril 2017 - 11h24

A universalização do saneamento básico traria ao país benefícios econômicos e sociais de R$ 537,4 bilhões em 20 anos, segundo um estudo do Instituto Trata Brasil obtido pelo G1 e divulgado nesta quarta-feira (12). Isso quer dizer que os ganhos com a expansão dos serviços de água e esgoto no Brasil são maiores que os custos para investir no setor. Os setores mais beneficiados são os de saúde, educação, turismo, emprego e o imobiliário.

Segundo os dados de 2015 do SNIS (o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), apenas 50,3% dos brasileiros têm acesso à coleta de esgoto, o que significa que mais de 100 milhões de pessoas utilizam medidas alternativas para lidar com os dejetos – seja através de uma fossa, seja jogando o esgoto diretamente em rios. Quanto ao acesso a água, 34 milhões de brasileiros seguem sem conexão com o sistema.

De acordo com o estudo, seriam necessários R$ 317 bilhões em 20 anos para que toda a população tenha acesso aos serviços de água e esgoto. Considerando que esse acesso significa um aumento das despesas das famílias, os custos totais chegam a R$ 552,1 bilhões.

Quanto aos benefícios, que envolvem desde a redução dos custos com a saúde até a renda gerada pelo aumento de operação da cadeia produtiva do saneamento básico, os valores chegariam a quase R$ 1,1 trilhão. No final, o balanço positivo é de R$ 537,4 bilhões para o país, conforme o estudo.

Investimento transversal

Segundo Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil, os ganhos da universalização do saneamento são amplos por se tratar de um investimento transversal - ou seja, que envolve diversas áreas da sociedade.

Os maiores retornos viriam das próprias cadeias produtivas do saneamento: a renda gerada pelo investimento direto no setor (ampliando redes, construindo estações de tratamento, etc.) seria de R$ 443,1 bilhões, e a renda gerada pelo aumento de operação das empresas responsáveis pelo saneamento (contratando mais empregados, aumentando a compra de produtos químicos, etc.) chegaria a R$ 257,9 bilhões.

Existem, ainda, os efeitos indiretos do saneamento. Por exemplo, com a universalização, o número de trabalhadores afastados do trabalho por motivos de saúde cairia de 6,4 milhões em 2015 para 5,3 milhões em 2035. Além disso, o estudo prevê uma redução das despesas com internações por infecções gastrointestinais na rede hospitalar do SUS. Por isso, em 20 anos, considerando o avanço gradativo do saneamento, a economia na área de saúde alcançaria R$ 7,3 bilhões.