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Saúde

Mamografia em sobreviventes de câncer é menos precisa

26 fevereiro 2011 - 13h12Por Redação Douranews, com Reuters

A mamografia apresenta menor precisão ao detectar o câncer de mamas se a mulher já teve a doença alguma vez, mostra um novo estudo financiado pelo governo norte-americano.

As sobreviventes de câncer de mamas são mais propensas a desenvolver novos tumores do que as mulheres sem um histórico da doença, mas pouco se sabe sobre a mamografia neste grupo. Os novos resultados, publicados no periódico Journal of the American Medical Association, são baseadas em informações do maior registro de mamografias dos Estados Unidos.

Eles mostram que este tipo de exame ajuda a detectar o câncer de mamas em sobreviventes à doença, com 7 casos de câncer encontrados em cada 1.000 mamografias, em comparação a 4 casos de câncer em cada 1.000 mamografias entre as mulheres que nunca tiveram a doença.

Entretanto, o procedimento também se mostrou falho, não detectando tumores com uma freqüência 11% maior entre as sobreviventes mesmo que estas mulheres tenham passado por um número maior de exames de raios-X e outros testes radiológicos depois do mamograma. As sobreviventes também apresentaram propensão 1% maior de ter um câncer detectado na mamografia quando, na verdade, elas não tinham a doença.

“Estas descobertas e estudos adicionais que provavelmente serão estimulados por este relatório devem levar ao aprimoramento dos exames radiológicos de rotina para as sobreviventes do câncer de mamas”, afirmou o especialista em radiologia Robert A. Smith, da Sociedade Americana do Câncer.

Segundo dados da sociedade americana, aproximadamente um em cada oito americanas irá desenvolver câncer de mamas ao longo da vida, mas as chances de morrer da doença vêm caindo recentemente e hoje é inferior a 3%. No Brasil, a doença mata milhares por ano, sendo as mulheres do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro e de São Paulo as campeãs de câncer de mama.

Especialistas discordam sobre a freqüência e a idade em que as mulheres devem realizar mamografias. A sociedade americana recomenda um exame anual para as mulheres acima dos 40 anos de idade, enquanto que a Força Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos, um comitê federal de especialistas, informa que a freqüência ideal é de um exame a cada dois anos para as mulheres acima dos 50 anos.

O novo estudo, conduzido por Les Irwig, da Universidade de Sydney, na Austrália, foi uma parceria entre pesquisadores australianos e americanos. A equipe comparou um número igual de mamografias – aproximadamente 120.000 no total – de sobreviventes ao câncer da mamas e de mulheres sem o histórico da doença.

Durante um período de um ano de exames, 655 tumores foram encontrados nas sobreviventes, em comparação aos 342 encontrados nas outras mulheres.  Os casos de câncer detectados através de sintomas, e não de exames, foram mais de duas vezes mais comuns entre as sobreviventes do que entre as outras mulheres.

Smith, que não participou do estudo, disse que as descobertas enfatizam a “importância de se manter vigilante em relação a novos sintomas e à importância de informar ao médico sobre quaisquer mudanças nos seios imediatamente”.

Os autores dizem que outros estudos com sobreviventes ao câncer de mamas serão necessários principalmente com mulheres mais jovens e que têm os seios muito densos pois ainda não existem evidências de que esforços extras nos exames de mamografia nestas mulheres irão aumentar suas chances de sobrevivência.