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Saúde

Ministro diz que Brasil sofre "feminização" da Aids

25 fevereiro 2011 - 20h03Por Redação Douranews, com R7

O Ministro da Saúde Alexandre Padilha lançou nesta sexta-feira (25), no Rio de Janeiro, campanha de prevenção a Aids direcionada, principalmente, às adolescentes e mulheres, devido à alta incidência de casos registrados na população feminina de 15 a 24 anos. Ele afirmou que a ideia é evitar a disseminação da doença nesse público, já que, segundo ele, o país vive uma “feminização” da Aids.

De acordo com os dados epidemiológicos do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, o número de casos entre a população de 13 a 19 anos das classes C, D e E se tornou maior nas mulheres em 1998, quando foi registrado oito casos em meninos para cada dez em meninas. Do total verificado até junho de 2009, 49,4% são diagnosticados em meninas.

O ministro ressaltou a necessidade das mulheres não deixarem de usar preservativos tanto com parceiros eventuais quanto com fixos.

- No Brasil está ocorrendo o que nós chamamos de feminização da doença. Após mais de 20 anos do surgimento da Aids, nos preocupa o grupo de mulheres entre 15 e 24 anos, foco fundamental para evitar que a disseminação continue.

Em 1989, a razão de sexo (numero de casos de homens dividido pelo numero de casos de mulheres) era de cerca de seis casos em homens para cada infecção no sexo feminino. Em junho de 2009, esse índice chegou a 1,6.

Essa tendência de feminização da doença já é verificada em 16 Estados da União, mas chama a atenção principalmente no Maranhão, Paraná e Santa Catarina.

A campanha de incentivo ao uso de camisinha no Carnaval vai disponibilizar 84 milhões de preservativos em todo o Brasil, 26 milhões a mais do que no ano passado.

Padilha realizou o teste de detecção rápido da doença na quadra do Salgueiro, durante a apresentação da campanha. O resultado pode ser apresentado em 15 minutos.

Estimativas do Ministério da Saúde indicam que existem hoje no Brasil cerca de 630 mil pessoas vivendo com o vírus da Aids. Deste total, 255 mil nunca fizeram o teste e não sabem que estão infectadas.

As mensagens da campanha, bastante ousadas, exaltam a participação das jovens na negociação do uso do preservativo. Três garotas, com estereótipos diferentes e linguagem bastante informal, conversam entre si sobre a necessidade de sempre ter preservativo e, principalmente, não ceder às investidas masculinas caso o homem não queria usar a camisinha.

Uso da camisinha

Os dados do Ministério da Saúde mostram que as meninas estão ficando mais descuidadas que os meninos. Em uma pesquisa realizada em 2008, 63,8% dos homens disseram ter usado camisinha na primeira relação sexual, enquanto para as mulheres o índice foi de 57,6%. Além disso, apenas 25,1% delas disseram ter usado preservativo em todas as relações sexuais nos últimos 12 meses com um parceiro fixo – para os homens, o índice foi de 36,4%. Padilha comentou o resultado.

Os jovens dessa geração não pegaram as campanhas do início da Aids, quando ninguém sabia o que fazer, como agir em casos de gravidez em portadoras de HIV. Hoje, apesar de a realidade ser outra tudo indica que as mulheres afrouxaram o uso. É importante que, desde a escola, todas conversam abertamente sobre o assunto. Pedir para usar camisinha é um ato de proteção a si próprio. Não existe nada mais respeitoso que proteger a vida.