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Saúde

Cientistas descobrem mecanismo que pode inibir resistência de bactérias

09 dezembro 2016 - 18h38Por Redação Douranews

Cientistas da Universidade de Barcelona (UB) descobriram um novo mecanismo de regulação das comunidades bacterianas, o que abre uma nova via de pesquisa para encontrar novos tratamentos contra as bactérias resistentes aos antibióticos.

O novo sistema consiste na regulação dos biofilmes, comunidades de bactérias responsáveis por 80% das infecções bacterianas em humanos e que apresentam resistência aos antibióticos.

Segundo o professor de Química Orgânica e diretor do Grupo de Pesquisa de Ressonância Magnética Nuclear de Biomoléculas do Departamento de Química Inorgânica e Orgânica da UB, Miquel Pons, que liderou o trabalho, "inibir este mecanismo poderia ajudar a conter a resistência das bactérias aos antibióticos".

Também participaram do estudo pesquisadores do Instituto de Pesquisa Biomédica, da Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA) e da Universidade de Gotemburgo (Suécia).

A descoberta abre uma nova via de pesquisa para encontrar novos tratamentos contra as bactérias resistentes aos antibióticos.

Em determinadas condições, a antitoxina se destrói e a toxina atua contendo o crescimento ou matando a bactéria.

"O sistema que descobrimos atua por um mecanismo totalmente diferente: a toxina só é tóxica quando aumenta a concentração, e apenas para as bactérias que não têm acesso ao ar, já que a antitoxina utiliza o ar para destruir a toxina", detalhou o pesquisador Oriol Marimón.

"A camada de células mais superficial está em contato com o ar e está protegida pela antitoxina, mas, no interior do biofilme, as bactérias não têm acesso ao ar. Portanto, a toxina atua e cria canais por onde o resto da comunidade pode ter acesso a nutrientes e oxigênio e, além disso, permite a saída de bactérias, que podem se expandir e colonizar novas áreas", descreveu Pons.

Segundo os cientistas, a inibição da antitoxina poderia fazer com que "a mesma toxina, em vez de facilitar a extensão do biofilme, provocasse a destruição, tornando possível desenvolver um novo alvo terapêutico para atenuar o problema da resistência aos antibióticos".

O estudo se centrou em proteínas de Escherichia coli e Yersinia, mas este sistema de regulação também está presente em outros microorganismos, muitos deles patógenos.

"O mecanismo químico pelo qual a antitoxina utiliza diretamente o oxigênio do ar ainda é desconhecido, mas estudá-lo poderia ajudar a descobrir outros exemplos em outros âmbitos relacionados à saúde humana. Nós o estamos procurando em proteínas associadas ao câncer, que é outra de nossas linhas de pesquisa atuais", concluiu Pons. Segundo informações do Terra.