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Saúde

Família que perdeu filha e neta em acidente faz campanha no Hemocentro

12 agosto 2016 - 12h28
Transformar dor em solidariedade. Foi isso que Henrique e Luciana Andrade, ambos de 57 anos, fizeram para homenagear a filha e a neta, mortas em um acidente de carro em 2013. O casal conta com a ajuda de amigos e familiares para realizar, pela terceira vez, a campanha Doando vida em nome de um amor eterno — Rafa e Clara. Em parceria com o Hemocentro, o objetivo é estimular a doação de sangue e de brinquedos pedagógicos. Estes serão direcionados às crianças do Centro Social Santa Clara, em construção na Chácara Santa Luzia, na Estrutural (leia Para saber mais), em homenagem às vítimas.
 
A tragédia que mudaria a vida da família aconteceu no Canadá, na capital da Província de Saskatchewan, no fim de agosto daquele ano. A filha de Henrique e Luciana, Rafaela Andrade Ramos, 26, não resistiu. A neta, Clara, 2, chegou a ser atendida no Hospital Universitário Real, em Saskatoon, com ferimentos graves, mas morreu pouco tempo depois. “Essa campanha, para nós, é transformar a dor em doação”, emociona-se Henrique.
 
A ideia da campanha surgiu quando o casal voltou ao Brasil e recebeu o apoio dos amigos. “A nossa pequena Clara não faleceu de imediato. Ela precisou passar por cirurgias e por transfusões de sangue. Sentimos na pele toda a dificuldade da doação de sangue e, logo em seguida, começou um questionamento lá no Canadá sobre a doação de órgãos, já que Clarinha estava com morte cerebral”, comenta Luciana. A menina doou os dois rins, um para cada criança. “À época, isso foi um feito inédito, já que fazia cinco anos que ninguém doava um órgão em Saskatchewan. Fizemos a doação e amenizamos o nosso sofrimento”, completa.
 
A campanha ocorre há três anos, sempre em agosto. Neste ano, a data da iniciativa precisou ser adiantada, pois os dias 24 e 26 — data em que as vítimas morreram — cairiam no meio da semana. A mobilização começou ontem e segue até 13 de agosto, próximo sábado, quando a família estará no Hemocentro. Nesta sexta-feira, o instituto trabalha em horário especial por causa das Olimpíadas, apenas até as 12h. No sábado, das 8h às 18h. Aqueles com alguma limitação para doação de sangue poderão entregar brinquedos pedagógicos e alimentos para crianças de 2 a 5 anos. A programação de sábado prevê músicas, bençãos e revoada de balões, às 17h.
 
Expectativa
No Hemocentro de Brasília, a história de Rafaela e Clara é famosa. “Ficamos muito felizes com a chegada da campanha, que está no terceiro ano. Sabemos a importância que ela tem para amigos e familiares. A mobilização é enorme, envolve muitas pessoas. Em um único dia de campanha, como no ano passado, recebemos mais de 70 doações de sangue, e isso é muito especial para a instituição”, conta a Chefe do Núcleo de Captação de Doadores, Kelly Borges.
 
Henrique e Luciana estão animados para 2016. “Acreditamos que, como a ação ocorrerá em três dias seguidos, as doações serão bem maiores do que no ano passado”, afirma Henrique. “Esperamos números muito positivos. A causa é muito próxima a nós, pois foi vivenciada e transformada em solidariedade por essa família. Isso sensibiliza as pessoas”, diz Kelly ao Correio Braziliense.