Menos de 20 dias depois a manifestação contra detalhes do Decreto 400, editado pelo prefeito Alan Guedes (Progressistas), que impediram, inclusive, o funcionamento na modalidade dellivery dos estabelecimentos comerciais, participantes do movimento que resultou até em prisão de um dos membros na frente da Prefeitura começam a receber, em casa, as notificações de multas.
O crime: “usar buzina prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto”, conforme consta dos formulários com a lavratura da ‘infração’, calculada, unitariamente, em R$ 88,38. No boleto de cobrança, com a autuação do ‘infrator’, consta com todas as letras no item órgão autuador: Prefeitura Municipal de Dourados.
Pelas redes sociais, um dos participantes do manifesto, que já recebeu a multa pelo ‘uso prolongado da buzina’, manifestou indignação “contra essa administração, em uma cidade comandada por um ditador”. Segundo essa mesma postagem, cerca de 90% dos participantes foi autuado. A diretoria da Acomac (Associação de Empresas de Materiais de Construção) estima que em torno de 400 veículos participaram da manifestação.
O Decreto 400, que instituiu o lockdown, apelidado de ‘meia-boca’ por conta de que só impediu a atividade comercial integralmente e proibiu o trabalho na construção civil, dispensando compulsoriamente cerca de 12.000 pessoas que não tiveram outra alternativa a não ser a de promover aglomerações nos locais onde moram, vigorou entre os dias 31 de maio e 12 de junho em Dourados.
Enquanto isso, todas as cidades da macrorregião permaneceram com as atividades normais, o que levou a uma evasão da população douradense, em busca de bebidas, principalmente, nas vizinhas Itaporã, Ponta Porã e Rio Brilhante, por exemplo. Depois disso, quando o governador Reinaldo Azambuja decretou o lockdown em 43 cidades do Estado, Dourados preferiu ficar de fora; agora é a vez dos municípios da região virem ‘devolver a cortesia’.
