Em discurso feito após ser reconduzido ao cargo de líder do PMDB na Câmara, o deputado Henrique Eduardo Alves (RN) mandou recados nesta segunda-feira (31) para o governo sobre indicação de cargos, para a imprensa sobre sua posição política e negou que o partido seja fisiologista.
Alves disse que foi aclamado para a liderança por estar lutando "por um partido que ganhou as eleições democraticamente". "O governo do PMDB não se fará a sombra de nenhum governo (...) Não ganhamos a eleição para ganhar tapinhas nas costas e cantar o hino, mas para governar. Queremos o direito de indicar nomes qualificados (...) Seremos cobrados nas ruas", afirmou.
O peemedebista citou o Ministério da Saúde, que, segundo ele, conta com mais de 1260 cargos comissionados. "Sabe quantos desses cargos são indicados pelo PMDB? Apenas dois, os outros todos essa bancada não sabe quem são. A imprensa, tão cuidadosa com o fisiologismo do PMDB, deveria olhar todos esses cargos. Depois, duvido dizerem que são apadrinhados, mas as notícias nos blogs, as manchetes vão ser que é de fisiologismo", afirmou.
Alves citou ainda que, dos 37 ministros, apenas dois têm secretários que não são de seus próprios partidos: Garibaldi Alves (Previdência) e Pedro Novais (Turismo). Segundo ele, ambos indicaram petista como auxiliares diretos.
O líder, que vai para o seu quinto mandato, reclamou também das notícias que o classificaram como "um aliado incômodo". "Só eu sei o que sofri nesses dois meses. A Dilma pode ficar sossegada, não sou um aliado incômodo, sou do governo", afirmou.
Falou ainda sobre a defesa que fez para a escolha de Michel Temer (PMDB-SP) para a vice-presidência e de sua luta pela liberação de emendas parlamentares.
As declarações de Alves foram feitas um dia antes das eleições para os presidentes do Congresso. Segundo aliados, as nomeações do segundo escalão ficariam paralisados até amanhã.
