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Política

Para evitar broncas, ministros de Dilma se afastam dos holofotes

28 janeiro 2011 - 17h54Por Redação Douranews, com Uol

Na primeira reunião ministerial, a presidenta Dilma Rousseff enquadrou a equipe com o seguinte recado: não ia admitir ataques públicos nem troca de chumbo pela imprensa. Nos bastidores, ministros brincam que a orientação tinha uma "mensagem subliminar", a de que a presidenta não ia tolerar declarações e entrevistas a mídia que destoassem do conjunto do governo. De perfil centralizador e avessa a holofotes, Dilma já demonstrou que a última palavra é sempre dela em questões polêmicas.

"Diferentemente do Lula, ela é menos tolerante com deslizes, principalmente se eles vão parar na imprensa", disse um ministro veterano.

Um dos exemplos é a demissão de Pedro Abramovay da Secretaria Nacional Antidrogas, na semana passada. Apadrinhado pelo ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, Abramovay caiu antes de assumir a função por conta de uma entrevista polêmica sobre penas para traficantes de drogas.

Ao ler a matéria, Dilma não gostou e mandou o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, chamar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Eles tentaram poupar Abramovay, mas a presidenta optou pela saída do secretário. Nas alegações, a presidenta teria ficado irritada com pedidos de terceiros pela manutenção do secretário no cargo. Além disso, nos bastidores, auxiliares consideram que reportagem da revista Veja do ano passado pesou contra o ex-secretário.

Segundo a revista, Abramovay teria dito que recebeu pedidos, quando secretário nacional de Justiça, de Dilma e Gilberto Carvalho para fazer dossiês. "Os ministros veteranos já estão treinados: é a turma dos ministros mudos e só fala nos bastidores", ironiza um novato.

O "glamour" de ser ministro, com regalias e holofotes, também agrada menos aos ministros da "geração Dilma". Segundo um petista, a presidenta muda aos poucos o conceito de ministro. "Vai ser ao estilo Capitão Nascimento: vai ter gente pedindo para sair", disse ele.

Figurino

O figurino do governo Dilma também tem sido cumprido com rigor pelos ministros. Após o recado da presidenta, na última reunião ministerial, de que jatinhos da FAB são só para compromissos profissionais, Palocci, Cardozo e Carvalho “racharam” um voo no último domingo de São Paulo para Brasília.

Pelas regras, os ministros têm direito a solicitar um voo cada, mas como o destino dos três era o mesmo, eles combinaram de se encontrar no aeroporto de Congonhas às 22 horas para decolar no avião da FAB e economizar no pedido.

Evitar dar entrevistas é, também, uma forma de escapar de uma eventual saia justa com a chefe do Planalto. Na semana retrasada, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, havia dito em entrevista coletiva que não estavam descartados cortes no PAC (Programa de Aceleração de Crescimento), mas, ontem, Dilma demonstrou outra posição:

"Nós não vamos, não vamos, vou repetir três vezes, não vamos contingenciar o PAC", disse, sob aplausos, durante entrevista coletiva no Rio. A ministra também estava na platéia.

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