Informações negativas sobre ministros do governo Dilma Rousseff foram expostas pela Presidência no mais movimentado corredor do Palácio do Planalto, ontem.
Para apresentar aos servidores o primeiro escalão do novo governo, a Coordenação de Relações Públicas da Presidência montou um mural no palácio.
Foram preparados perfis biográficos de todos os ministros, baseados em informações da enciclopédia colaborativa on-line Wikipedia.
No entanto, quem parava para ler as fichas via que os perfis de parte dos ministros, nenhum deles do PT, pareciam editados pela oposição.
Segundo o painel, Moreira Franco (PMDB-RJ, Secretaria de Assuntos Estratégicos), só foi indicado devido "à sua proximidade com o vice-presidente eleito Michel Temer, apesar da reprovação de algumas alas do PMDB".
Na ficha de Edison Lobão (Minas e Energia), consta que ele ingressou no extinto PFL "em atenção à liderança política de José Sarney, que manteve o controle da seção maranhense da legenda embora filiado ao PMDB".
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira (sem partido), é criticada por atuar pela "flexibilização do licenciamento ambiental".
Ana de Hollanda (Cultura) também foi alvo de referências desconfortáveis. "É uma cantora e compositora brasileira, mas que notabilizou-se sobretudo por trabalhos burocráticos na Funarte."
Ministros do PT foram poupados. No caso de Antonio Palocci (Casa Civil), por exemplo, é omitido o escândalo do caseiro Francenildo.
O Planalto afirmou que "foi um equívoco a inclusão dessa manifestação e que as informações serão corrigidas". A origem do "equívoco", contudo, não foi explicada pelo Planalto.