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Política

Manifestantes vaiam até o Hino a Dourados e leitura da Bíblia

21 setembro 2010 - 15h26Por Colaborou: Waldemar Gonçalves - Russo

Nas duas sessões que seriam realizadas na noite de ontem no plenário da Câmara Municipal Weimar Torres, em Dourados, os manifestantes que conseguiram adentrar ao recinto, voltaram a cobrar a renúncia dos vereadores que foram envolvidos e presos pela Polícia Federal no dia 1 de setembro pela operação “Uragano” juntamente com o prefeito Ari Artuzi e o vice Carlinhos Cantor, porém as sessões não aconteceram por falta de quórum.

Contando com a segurança de 200 policiais militares e 30 guardas municipais e tendo no pátio do 3º BPM (Batalhão da Polícia Militar) duas equipes do Cicgoe de Campo Grande de reforço, para um eventual confronto com os manifestantes, como o ocorrido na semana passada, dos vereadores acusados de estarem envolvidos no esquema de corrupção ativa e passiva apenas tio Júlio Artuzi, que chegou a ser preso, marcou presença.

Além de tio Júlio e Dirceu Longhi, que hoje responde pela vice-presidência da Casa de Leis, marcaram presença a recém eleita presidente Délia Razuk, Cemar Arnal, Albino Mendes e Cido Medeiros, agora sim oficialmente empossado no cargo.

Ponto negativo

Na 1ª sessão que contou com a presença do prefeito interino Eduardo Machado Rocha, por sinal muito aplaudido no discurso em que pediu para que os manifestantes contribuíssem com os trabalhos dos vereadores, para que as coisas voltem à normalidade na cidade, o ponto negativo deu-se quando os manifestantes deram as costas para a Mesa da Câmara Municipal e vaiaram até mesmo na hora em que foi executado o Hino do município de Dourados e também na leitura da Bíblia, que foi feita pelo novato vereador Cido Medeiros.

. “A democracia é bonita e a manifestação é livre, no entanto, temos e peço para que todos a respeitem”, disse Eduardo Rocha pedindo para que a Câmara de Dourados volte a atuar em favor dos munícipes e principalmente para que o imbróglio criado pela operação “Uragano” seja resolvido em definitivo, pois na sua visão, a cidade não pode parar.

Apuramos, em rápida enquete, que no máximo um de dez pessoas presentes na sessão, sabia da existência do hino a Dourados. “Sinceramente eu não sabia que a nossa cidade tem este Hino. Vou procurar saber da letra e aprender a cantar ele”, disse a doméstica Soraia de Oliveira Cândia, residente no Jardim Santa Brígida.

Albino Mendes

Com as suspensões das sessões por falta de quorum, um dos vereadores mais indignados e revoltado com os protestos foi o recém empossado Albino Mendes, do PR, por entender, segundo ele, que assim como ele, os colegas Cemar Arnal, Délia Razuk e Cido Medeiros não mereciam serem tratados da mesma forma do que os outros que foram envolvidos no escândalo.

Para Albino Mendes o protesto é válido e faz parte da democracia, todavia, ele credita tal fato por parte dos manifestantes aos vereadores que foram acusados de envolvimento no suposto esquema de propinas instalado na administração Ari Artuzi. “Estes vereadores tem de vir trabalhar. Eles têm de assumir as condições de vereança, pois o trabalho aqui não pode parar. Isso só prejudica a cidade, agora, não é justo eles estarem em casa, pescando, sei lá onde estão, e nós aqui, que não tem nada a ver com o escândalo que detonou a cidade de forma negativa no mundo inteiro, absorvendo esta revolta popular, que, diga-se de passagem, é justa”.

Albino lembrou ainda a presença de um dos que foram presos pela Polícia Federal. Eles têm de fazer que nem o tio Júlio, que mesmo sendo um dos envolvidos nesta bagunça que se instalou na cidade, não deixou de comparecer ao trabalho. Das duas uma, ou eles pedem o afastamento para que a presidente convoque os seus suplentes para podermos votar os projetos de interesses da cidade, ou venham trabalhar, pois existem muitas coisas para fazer pela cidade e sem eles não há como votar”, disse, irritado, o experiente vereador referindo-se a Zezinho da Farmácia, José Carlos Cimatti, Marcelo Barros e Aurélio Bonatto, que foram presos e Gino Ferreira, indiciado junto com Dirceu Longhi, que não compareceram na sessão de ontem.

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