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Ex-candidato a vereador diz que dinheiro de campanha ‘entrou por fora’ em 2020

23 junho 2021 - 21h02

O ex-candidato a vereador pelo partido PSD de Dourados, Júnior do Nascimento Leiva, ouvido na tarde de segunda-feira (21) pela Promotora Eleitoral da 18ª. Zona da Comarca de Dourados, Claudia Loureiro Ocáriz Almirão, disse que a corrupção começa ainda durante a campanha, na distribuição dos recursos partidários e isso leva o político, depois de eleito, a continuar nesse ritmo, ou seja, praticando atos de corrupção.

Ele foi convocado pela promotora a prestar informações sobre a prática de crimes de falsidade ideológica nas prestações de contas dos candidatos do partido nas eleições de novembro do ano passado. Na página oficial do TREMS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) consta que, dos 29 candidatos registrados pelo partido, apenas a vereadora eleita e presidente do PSD municipal, contabilizou recursos recebidos e gastos de campanha na prestação de contas oficial; os demais apresentaram saldo zero.

Foi o próprio Leiva quem registrou, na Ouvidoria do MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul), a Notícia de Fato nº 01.2021.00001805-7, redistribuída para a Promotoria Eleitoral da 18ª. Zona da Comarca de Dourados, com o fim de verificar porque ele e os demais candidatos da legenda “teriam sido orientados pela presidente da agremiação, Daniela Hall [a única vereadora eleita da legenda e atual líder do prefeito Alan Guedes na Câmara], a não declarar os valores que lhes foram disponibilizados pelo órgão partidário”.

Ao participar de live pelas redes sociais, após ser ouvido no MP, Junior Leiva relatou que foi convidado a disputar umas vaga de candidato a vereador pelo partido que teria como cabeça de chapa na disputa para a Prefeitura a então vereadora e ex-presidente da Câmara, Daniela Hall, que também preside a legenda na cidade.

Ele disse que foi orientado a abrir a conta bancária, afim de receber os recursos do Fundo Eleitoral, do Fundo Partidário e de eventuais doações durante a campanha, “mas de uma hora pra outra tudo mudou”, quando ficou decidido que os coordenadores de campanha realizariam ‘reunião particular’ com cada um dos candidatos, sob o pedido de sigilo quanto aos valores recebidos.

“Esse dinheiro que está sendo passado não é ‘por dentro’, o contador já declarou zero, ou seja, o dinheiro que recebemos pra campanha não era nem do Fundo Eleitoral e nem do Fundo Partidário”, revelou o ex-candidato, ao ser informado de que, para promover uma carreata com apoiadores, não teria necessidade de prestar contas dos gastos aplicados. “Só vai ser declarado o dinheiro dos cabos eleitorais”, orientou a coordenação da campanha. Depois, disse ele, quando foi acertar as contas com a equipe, o dinheiro recebido também foi ‘por fora’.

Junior Leiva disse que o partido contratou um contador pra todos os candidatos, mas o banco ainda cobrou pela conta aberta, e ele teve saldo negativo na campanha, já que não depositou nenhum centavo e a instituição cobrou pela movimentação bancária. O ex-candidato prometeu que, após a campanha, iria acionar o MP. Ele disse que entregou todas as provas que comprovam que houve dinheiro para a campanha.

“Agora cabe ao MP apurar de onde saiu esse dinheiro e porque não foi declarado, e que candidatos foram orientados a não declarar. Está na hora do trono de alguns que se acham incorruptíveis, que nunca vão cair, é hora de começar a cair”, disse o ex-candidato durante a live. Leiva obteve 140 votos na disputa e disse que, com os demais da chapa, "servimos de cabo eleitoral para eleger os grandes".

Daniela

Ouvida pelo DOURANEWS antes da audiência do ex-candidato do partido dela na Promotoria Eleitoral, a presidente municipal do Diretório do PSD disse que o ex-candidato Junior Leiva nunca recebeu nenhum repasse de dinheiro durante a campanha eleitoral do ano passado. “Se recebeu, não foi por mim”, afirmou a vereadora Daniela Hall.

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