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Política

Situação de descaso com indígenas de Dourados é tema de debate na Assembleia

05 maio 2021 - 17h46

O deputado estadual Barbosinha (DEM) trouxe a situação dos indígenas de Dourados à tribuna virtual durante a sessão remota desta quarta-feira (5) da Assembleia Legislativa. “Denuncio a situação de abandono que vive a maior aldeia urbana indígena de Dourados, onde estão representadas as etnias guarani, kaiowá e terena. Essa situação se agravou muito fortemente, ao longo dos últimos 12 meses, em razão da pandemia da Covid-19”, disse ele.

“Faltam insumos, equipamentos de proteção, medicamentos básicos e até mesmo contínuos para quem tem diabetes, hipertensão ou outras condições de saúde necessárias para centenas de pessoas cadastradas. Lá vivem mais de 17 mil indígenas que fizeram a ocupação de forma ordeira e pacífica, no polo distrital, que agora vivem de forma insalubre”, informou Barbosinha.

“No polo da Sesai, carros estão apodrecendo nos pátios, estes carros deveriam estar fazendo o atendimento aos índios, e estão abandonados no pátio do prédio do Dsei, o Distrito Sanitário indígena. O que acontece atualmente está associado à inércia da Funai (Fundação Nacional do Índio), somado à falta de ação da Sesai (a Secretaria Especial de Saúde Indígena) e do Conselho de Saúde. Estou aqui para denunciar o que acontece, para que não volte a acontecer em Dourados o retrato fúnebre de 2004, de miséria de desnutrição infantil em nossas aldeias”, reiterou.

O deputado Felipe Orro (PSDB) considera o tema extremamente importante. “Um fato que realmente está afligindo as comunidades indígenas, a falta de atuação dos órgãos responsáveis sem assistência a saúde, famílias inteiras dizimadas pela Covid-19, e os atendimentos diminuíram. É necessário mais médicos e mais equipes médicas, pois temos uma das maiores populações indígenas do Brasil”, lembrou.

Situação de descaso

ze teixeira remoto

O deputado e 1º secretário da Casa de Leis, Zé Teixeira (DEM), também avalia que há negligência com os indígenas por parte da Funai. “A forma como a Funai e a Sesai tratam desse assunto é de total descaso. Eu nunca vi tanto recurso ser recebido por uma fundação e não ser aplicado, a gente não sabe para onde vai. Não há planejamento, não há agricultura de subsistência, não há nada na reserva, o que nós assistimos quando passamos pela rodovia é uma plantação enorme de braquiária. Quem deveria assumir a maior aldeia é a Faculdade de Dourados, pois a comunidade indígena tem que ser atendida com dignidade", concluiu.

Barbosinha chamou a atenção das autoridades locais, estaduais, nacionais e da mídia alertando que no mês de junho de 2017 foi noticiado na imprensa local e no site da Prefeitura de Dourados uma reportagem com o seguinte tema: “Brasil Sorridente” presente nas aldeias de Dourados – que mostrava a entrega de três unidades móveis odontológica e material médico-hospitalar para atendimento nas aldeias de Dourados.

“Hoje a realidade desses irmãos indígenas é bem diferente. O documento que recebemos mostra que esses veículos estão abandonados na sede do Polo Base, consumidos pelo mato. Um verdadeiro cemitério de veículos. Os indígenas estão sendo atendidos embaixo de árvores, de maneira improvisada em face do descaso da Funai e da Sesai”, reforçou o deputado.

Essa inércia das autoridades competentes levou o Conselho Local de Saúde Indígena e membros do Conselho Distrital de Saúde a denunciar o descaso com a saúde dos povos indígenas e cobrar providencias administrativas e de responsabilização da situação atual. “Esses Conselhos, juntamente com outras lideranças, são instâncias legítimas e legalmente constituídos para representar a população”, explicou o deputado.

O receio da comunidade, segundo o deputado Barbosinha, é de que o caos vivido em 2004 quando Dourados foi manchete internacional e referência nacional negativa, em função da desnutrição infantil, se repita. À época dezenas de famílias perderam seus entes queridos. (Com assessoria)

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