Dados consolidados até o final de março no Portal da Transparência mostram que a média mensal de despesas nesse tipo de rubrica _cuja especificação de gastos é mantida em segredo por razões de segurança_ subiu 8,2% em relação à registrada em 2010.
De janeiro a março, o gasto da Presidência com cartões corporativos foi de R$ 3.673.298,67. Desse total, R$ 1.664.806,67 foi registrado em gastos sigilosos da Presidência.
Em 2010, o total gasto em cartões pela Presidência foi de R$ 17.472.707,01, dos quais R$ 6.150.534,81 na rubrica de despesas sigilosas.
Os gastos da Presidência são mantidos sigilosos por determinação legal. Em 2008, o governo Lula enfrentou uma crise quando dados desses gastos referentes ao governo Fernando Henrique Cardoso, incluindo informações do ex-presidente e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso, foram tornados públicos a partir de vazamento da Casa Civil.
Na época, Dilma, ministra da pasta, negou que o governo tivesse montado um dossiê sobre os gastos do antecessor _o governo enfrentava críticas pela explosão de gastos nos cartões em vários órgãos.
Dilma disse que, por determinação do Tribunal de Contas da União, a Casa Civil estava organizando um banco de dados para tornar os gastos mais transparentes.
Em depoimento no Senado, a então ministra defendeu que despesas de ex-presidentes deveriam ser tornar públicas, já que não haveria mais riscos à segurança uma vez que deixassem o cargo.
"Eu não vejo nenhum problema em divulgar, em determinado momento, dados que antes eram considerados sigilosos", afirmou. E completou: "O presidente Lula disse que, quando terminar o mandato, ele vai abrir os seus gastos".