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Política

O outro lado da reforma: Délia acena para MP, Judiciário e Câmara em Dourados

18 dezembro 2018 - 10h50

Ainda que o assunto tenha sido tratado de forma cautelosa pela Administração, apesar de que – por meio da assessoria de comunicação -, a matéria tenha informado que “todos, indistintamente”, os secretários e diretores de autarquias “colocaram seus cargos à disposição para deixar a chefe do executivo à vontade para fazer as mudanças que desejar”, o Diário Oficial do Município que só saiu publicado na página oficial da Prefeitura depois do meio-dia (uma pane elétrica no sistema justificou o atraso) revelou outros objetivos da prefeita Délia Razuk diante da anunciada ‘reforma administrativa’.

Do total de 20 repartições do organograma oficial cujos titulares ostentam funções com status de secretário, ocupando funções gratificadas que chegam ao valor máximo de R$ 9.663,15 [a exceção é o cargo de procurador geral, recompensado com o vencimento básico mensal de R$ 14.494,72], a prefeita exonerou cinco secretários e um diretor de autarquia e ainda deixou a pasta da Saúde, estratégica nos propósitos sociais, literalmente, acéfala.

A ‘reforma’ fortaleceu os secretários Upiran Gonçalves, da Educação, agora acumulando com a Funed (Fundação de Esportes de Dourados), Carlos Dobes Vieira, do Planejamento (agora também responsável pela Obras) e Maria Fátima Alencar, recentemente designada titular da Agehab (a poderosa Agência de Habitação e Financiamento Social), e que agora responde também por outra ‘máquina’, a Assistência Social.

De acordo com o Diário Oficial, foram exonerados, a pedido: Renato Vidigal, da Saúde; Patrícia Bulcão, de Governo; Landmark Rios, de Assistência Social; Joaquim Soares, de Serviços Urbanos; Tahan Mustafa, de Obras Públicas; e o diretor da Funed, Janio Cesar. A novidade, no jogo das cadeiras, foi a indicação do juiz de Direito aposentado Celso Schuch, agora secretário de Governo, guindado à condição de principal articulador político e encarregado por recompor a base da prefeita, estremecida com os confrontos pela disputa da Mesa diretora da Câmara.

Jogo aberto

“Pra mim não existe mais base de situação, ou de oposição. Existe Dourados, acima de tudo. É isso que vou propor na Câmara o mais rápido possível, questões pontuais se votam de acordo com a consciência, não a favor ou contra a prefeita”, disse ao Douranews o novo articulador político, a exemplo de Upiran, também egresso dos quadros do Judiciário.

Observadores políticos, ouvidos no final da tarde desta segunda-feira (17), opinam que Délia Razuk acena para o Judiciário e o MP de uma vez só e abre um novo canal de conversações com o Legislativo. O próprio juiz-secretário confirmou que um dos objetivos é aproximar do MP, Judiciário e das forças políticas locais, do Estado e da União. “Ela faz o que justamente o time dela não conseguiu até agora, certamente está bem orientada”, revelou fonte próxima do gabinete, salientando que esse posicionamento pode indicar novas susbstituições de secretários, fusões e até extinções de secretarias, como admitiu o secretário Schuch. Ou seja, o tabuleiro está intacto, o jogo aberto e as apostas, permitidas.

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