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Política

Moro fala em infiltrar policiais a bandidos para combater organizações criminosas

07 novembro 2018 - 07h42

O juiz Sérgio Moro, já confirmado ministro da Justiça e da Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro (PSL), planeja usar a Operação Lava-Jato como modelo para a criação de uma força-tarefa contra o crime organizado que poderá contar, inclusive, com agentes infiltrados. Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (6), em Curitiba, ele citou o exemplo do trabalho feito em Nova York nos anos 80, quando o FBI combateu famílias de traficantes em conjunto com as Promotorias locais e federais.

“Uma regulação mais clara do que nós chamamos de operações policiais disfarçadas. Isso se faz muito nos Estados Unidos, com grande eficácia contra organizações criminosas, a utilização de policiais disfarçados para descobrir esses crimes. Então, por exemplo, policiais disfarçados comprando grandes carregamentos de drogas e armas. A nossa legislação, embora na minha opinião permita esse tipo de comportamento, ela não é totalmente clara e é importante deixar isso de uma maneira mais clara”, tentou explicar o juiz-ministro.

Depois de fazer um pronunciamento de cerca de 20 minutos, onde explicou os motivos para aceitar o convite do presidente eleito e dizer o que pretende fazer no ministério, Moro respondeu perguntas dos jornalistas durante pouco mais de uma hora. Ele rebateu as acusações da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que teria sido parcial ao condená-lo na Lava-Jato; prometeu empenho para elucidar os assassinatos da vereadora do Rio Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, vítimas de uma emboscada na noite de 14 de março; e falou sobre a proposta de Bolsonaro de defender o excludente de ilicitude para casos de policiais e militares das Forças Armadas que matarem alguém em confronto, entre outros assuntos.

Forças-tarefa

“Pretendo utilizar forças-tarefas não só contra esquema de corrupção, mas contra o crime organizado. Nova York, na década de 1980, combateu cinco famílias poderosas por meio da criação de forças-tarefas. O FBI, em conjunto com as Promotorias locais ou federais, logrou desmantelar organizações. Embora elas não tenham deixado de existir, têm força muito menor que no passado”, comparou.

“Em nenhum momento defendo o confronto policial como estratégia de enfrentamento contra o crime organizado. A estratégia passa por foco, recursos, equipe de investigação, prisão e isolamento dos líderes e confisco do patrimônio do crime organizado. Embora a estratégia não seja a do confronto, temos que reconhecer que ele é uma possibilidade”, admitiu o futuro ministro, endossando o discurso do presidente eleito, conforme reproduz o folhetim Extra de OGlobo.

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