Menu
Buscarquarta, 24 de abril de 2024
(67) 99913-8196
Dourados
31°C
Eleições

Critério para escolha do vice em chapas majoritárias revelou habilidade de Reinaldo

29 outubro 2018 - 10h45

Não por acaso, o ex-juiz federal Odilon de Oliveira, derrotado nas eleições deste domingo (28) na disputa para o Governo do Estado, demorou mais de uma semana na busca por um parceiro de chapa para fazer frente ao estratégico colégio eleitoral de Dourados, reduto onde os mais de 150 mil votantes sempre acabam decidindo a disputa majoritária estadual. O vencedor, Reinaldo Azambuja, foi certeiro na escolha da primeira opção que se apresentou ao formalizar a aliança com 12 partidos.

Enquanto Odilon ‘pesquisou’ [termo ameno escolhido para as incertezas na formação da chapa e nos próprios rumos da campanha] entre três nomes, incluindo a radialista douradense Keliana Fernandes, duas vezes antes já derrotada, para prefeita e vereadora, até chegar ao ‘desconhecido’ [nos meios políticos, apenas] Marcos Vitor, bispo da congregação Sara Nossa Terra e até então presidente do Comped (o Conselho Municipal de Pastores de Dourados), o governador reeleito apenas avaliou o peso da liderança política do ex-prefeito Murilo Zauith para demovê-lo de uma provável eleição ao Senado e somar na vitória deste domingo.

Números reveladores

Para que se contabilizem, matematicamente, os resultados dessas escolhas, basta somar os votos obtidos pelos candidatos das respectivas coligações nas disputas proporcionais (a deputado estadual e a federal) e até para o Senado, obtidas pelos respectivos candidatos nas eleições do primeiro turno, apenas no colégio eleitoral de Dourados, e comparar com os votos recebidos pelos dois principais candidatos ao Governo, que chegaram à disputa do segundo turno.

Dos 15 candidatos mais votados para federal em Dourados [Geraldo Resende foi o primeiro colocado com 12.037 votos], 12 pertenciam à coligação de Reinaldo e somados obtiveram 43.890 votos, enquanto o candidato a governador teve 42.882 votos no primeiro turno contra 45.364 do juiz Odilon, quando dos candidatos a deputado federal da coligação dele o mais votado em Dourados ficou em 16º. lugar, com 1.895 votos.

carreata rei1

Mais votados no primeiro turno para estadual e federal, na carona da vitória final

Entre os estaduais, o mais votado em Dourados foi Marçal Filho, com 19.021 votos. Somando aos demais da coligação de Reinaldo, entre o sete mais votados das urnas do Município no primeiro turno, o total apurado chegou a 39.884, pouco mais de 5.000 votos a menos que a totalização do candidato majoritário. Enquanto isso, da coligação encabeçada por Odilon, o melhor posicionado em Dourados para a disputa de deputado estadual foi um campo-grandense, o capitão Contar, o sétimo mais votado, com 5.098 votos.

Na chapa para o Senado, igualmente, os candidatos alinhados com a chapa majoritária encabeçada por Reinaldo Azambuja ao Governo obtiveram, nas eleições do dia 7 de outubro, 50.243 votos, divididos entre o eleito Nelsinho Trad e o ex-secretário de Obras do Estado, Marcelo Miglioli, sem contar a também eleita Soraya Throcnicke, que se apresentou como a ‘senadora do Bolsonaro’, portanto, também, da coligação do governador reeleito, e que só em Dourados recebeu 38.412 votos, pouco menos de 4 mil votos, apenas, em relação aos votos recebidos por Reinaldo na cidade.

Avaliando

Traduzindo: Se Reinaldo Azambuja não tivesse sido certeiro no poder de convencimento para que o Democratas abdicasse do clima favorável, inclusive, para o lançamento até de chapa própria ao Governo, onde o próprio Murilo chegou a despontar como o nome mais indicado, essa diferença que as urnas de Dourados apresentaram no final de semana revelam que apenas o ex-prefeito teria – como teve - o perfil apropriado para fazer frente ao fator novidade que se apresentou na forma da chapa Odilon-Marcos Bispo. E mais: a sempre presente desunião das principais forças políticas de Dourados acabou criando um campo ainda mais nebuloso para a sucessão municipal de daqui a dois anos.

Deixe seu Comentário

Leia Também