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Política

Mato Grosso do Sul ganha Centro de Excelência em Bovinocultura de Corte para capacitar profissionais

08 março 2018 - 16h35Por Anderson Viegas/G1

Mato Grosso do Sul é uma das referências na pecuária do país na produção e tecnologia. Tem o quarto maior rebanho, com aproximadamente 21,8 milhões de cabeças e em 2017 foi o segundo maior produtor de carne bovina, com 813 mil toneladas. Na pesquisa, abriga algumas das principais instituições de pesquisa do país, como a Embrapa gado de Corte. Agora, o estado caminha também para ser um polo na área de ensino, com a inauguração nesta quarta-feira (7), do Centro de Excelência em bovinocultura de corte, empreendimento dos sistemas CNA/Senar e Famasul/Senar/MS.

A unidade tem 1.950 metros quadrados e está instalada dentro da área da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande. Sua estrutura está distribuída em em sete blocos e uma configuração modular, com laboratórios didáticos e de informática, área de convivência e outros departamentos, levando em consideração a acessibilidade para atender pessoas com necessidades especiais. Vai oferecer a partir do segundo semestre deste ano, gratuitamente o curso técnico em Agropecuária com especialização em Bovinocultura de Corte, com uma carga horária de 1.760 horas.

A unidade construída em Mato Grosso do Sul é a segunda, dentro do projeto do sistema CNA/Senar de implantar um centro de excelência para cada cadeia produtiva do país. No ano passado, foi inaugurado o de Fruticultura, em Juazeiro, na Bahia. A entidade também pretende construir mais oito, beneficiando os segmentos de: bovinocultura de leite, cana-de-açúcar, cafeicultura, ovinocaprinocultura, florestas, palma de óleo, grãos, fibras e oleaginosas e gestão e empreendedorismo. O próximo a ser construído é o da cafeicultura, em Varginha, Minas Gerais.

O presidente do Sistema Famasul, Mauricio Saito, destacou durante a solenidade de inauguração que o fato da pecuária de Mato Grosso do Sul ter atingido o estágio atual de desenvolvimento, que levou o estado a ser escolhido para abrigar o centro é resultado de muito trabalho e de três fatores principais: o empreendedorismo dos produtores, a parceria com as instituições de pesquisa no desenvolvimento das novas tecnologias para o campo e o trabalho das instituições representativas, que atuam na defesa do segmento e auxiliam na difusão do conhecimento e da inovação.

Já o superintendente do Senar/MS, Lucas Galvan, destaca que o grande que a pecuária demanda é manter o nível de excelência. “Para isso precisamos de produtores empreendedores e mão de obra capacitada para levar conhecimento da comunidade científica para o meio rural”, destacou, completando que nesta quinta o centro já recebe sua primeira atividade, um encontro com 110 profissionais que atuam na assistência técnica e gerencial oferecida pela entidade.

Ainda durante a inauguração, o secretário executivo do Senar, Daniel Carrara, destacou que uma das principais propostas do centro é formar mão de obra técnica de maneira continuada, para que o profissional capacitado tenha um conhecimento ainda maior de tecnologia. O centro, conforme ele, vai qualificar tanto para o mercado quanto para atender a demanda interna da entidade.

“A parceria com a Embrapa, que é o nascedouro da tecnologia nacional, nos possibilita ter esse diferencial, de formar técnicos para atender o nosso sistema. Hoje, a assistência é uma das missões do Senar. Temos, nos próximos dez anos, o desafio de capacitar 50 mil técnicos para atender 500 mil produtores em todo o país. Esse centro, e outros que vão ser construídos no Brasil, vão formar os técnicos não somente para a região, mas para todo o Brasil”.

Por sua vez, o presidente da CNA, João Martins, ao analisar a importância dos técnicos que serão capacitados no centro, destacou que esses profissionais vão ter um papel fundamental para possibilitar que a tecnologia de instituições com a Embrapa cheguem aos produtores rurais.

“300 mil produtores rurais produzem 80% da produção brasileira, enquanto que 4,2 milhões produzem 14%. Isso não pode continuar. É com a assistência técnica que nós vamos transformar o campo, fazer com que 500 mil pequenos produtores se tornem mais eficientes, com a geração de emprego e renda no campo”, destacou.

Já o diretor-executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cléber Oliveira Soares, destacou que atualmente existem duas grandes vertentes de produção de alimentos no mundo, uma que demanda por quantidade, em razão do número de habitantes do planeta, e outra por produtos com qualidade diferenciada e que Mato Grosso do Sul, consegue uni-las.

Lembrou que isso ocorre devido a pujança do produtor rural do estado e a adoção de novas tecnologias, que requerem cada vez mais mão de obra qualificada, como a que será fornecida pelo Centro de Excelência. “Com ações como essa, formando multiplicadores, levando know how de alto nível para o campo nós conseguiremos ampliar a participação do Brasil na produção mundial de alimentos”.

O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, ressaltou que a indústria frigorífica acompanha de perto todo o trabalho desenvolvido nesta ponta da cadeia produtiva da carne e lembrou que esse trabalho vai trazer reflexos positivos para o setor como um todo. “É uma união de esforços. A qualificação, a pesquisa e a inovação fazem parte hoje de um processo de inovação de todos os setores produtivos, que envolvem desde o homem no campo até a própria indústria. Nós precisamos cada vez mais trabalhar nesta linha”.

O governador Reinaldo Azambuja ao analisar a importância da unidade educacional ressaltou que ela ajudará Mato Grosso do Sul e o Brasil a atingir todo o seu potencial de crescimento na agropecuária. “Ninguém vai segurar a economia nacional. Fazendo um comparativo com outros países do mundo nenhum deles tem as condições que temos para produtor fibras, proteínas e energia, para atender quem, o mundo. Por isso, a inauguração de um centro como esse tem tudo a ver com o momento que estamos vivendo. Inovação, tecnologia, conhecimento, formação de mão de obra e qualificação profissional para as demandas do campo. Isso vai melhorar as condições da porteira para dentro e ajudar a aumentar a nossa competitividade”, apontou.

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