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Política

Geraldo diz, na Câmara, que operação da PF 'demonizou a carne brasileira'

22 março 2017 - 19h37

O deputado federal Geraldo Resende (PSDB) ocupou a tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (22), para desqualificar a operação Carne Fraca, realizada pela PF (Polícia Federal) e que, segundo ele, causou prejuízos irreparáveis ao agronegócio nacional, inclusive de Estados criadores de gado, suínos e aves como o Mato Grosso do Sul. “Ocupo essa tribuna para repudiar, reprovar, desqualificar e lamentar a forma de condução da Operação Carne Fraca, uma ação que maculou toda cadeia produtiva da carne brasileira e parece ter sido pensada sob encomenda pelos países que perderam mercado para a qualidade da carne que produzimos no Brasil”, ressaltou.

Na visão de Geraldo, pela primeira vez em muitos anos a Polícia Federal prestou um desserviço ao nosso país, à sociedade, à indústria, penalizando um setor que trabalhou por mais de três décadas para atingir o padrão de excelência em que se encontra hoje. “Num primeiro momento fiquei estarrecido com o resultado da Operação Carne Fraca, quando o delegado em busca de holofotes revelou um suposto esquema de aliciamento de fiscais sanitários do Ministério da Agricultura para permitir que indústrias de proteínas, supostamente comercializassem carne em desconformidade com as regras sanitárias”, discursou Geraldo.

Na sequência, ele afirmou que a primeira posição, na condição de deputado federal e guardião da defesa dos interesses da sociedade, foi cobrar do Ministério da Agricultura e Pecuária uma investigação profunda em relação a situação dos frigoríficos brasileiros por entender que a saúde da população é mais importante que qualquer questão econômico-financeira. “Num segundo momento, constatei que a Polícia Federal havia cometido um equívoco sem precedentes na história nacional, sobretudo porque os laudos da própria instituição encontraram irregularidade em apenas uma indústria e, ainda assim, que produzia salsichas”, argumentou o parlamentar.

Segundo Geraldo Resende, ao constatar que a operação atingiu apenas 21 das 4.837 indústrias frigoríficas do Brasil, envolvendo 33 funcionários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento num universo de cerca de 11 mil servidores, ele percebeu que a Polícia Federal se equivocou ao demonizar toda cadeia produtiva da carne. “Agora, diante da mácula à imagem da carne brasileira, teremos que usar a fatídica operação da Polícia Federal como oportunidade de mostrar não apenas ao mercado internacional, mas, sobretudo, ao consumidor brasileiro, que a carne produzida pela indústria de transformação é saudável e atende aos mais rigorosos padrões de qualidade”, ressaltou.

Para o deputado, o fato de terem encontrado irregularidades em 21 dos 4.837 frigoríficos de bovinos, suínos e aves não significa que toda cadeia produtiva esteja contaminada. “Esse espetáculo negativo pode gerar milhares de desempregos e prejudicar grandes Estados produtores como o Mato Grosso do Sul”, alertou Geraldo na tribuna da Câmara Federal. “A carne brasileira é de excelente qualidade, resultado de décadas de melhoramento genético, de investimentos em sanidade animal, de prevenção à aftosa e brucelose, de melhoria na tecnologia da agroindústria, de forma que não podemos permitir que uma operação que durou dois anos, identificou 21 indústrias de proteínas em meio a quase cinco mil frigoríficos em atividades, seja capaz de colocar todo esse trabalho por terra”, desabafou.

Para Geraldo Resende, a operação, não da forma como foi conduzida, mas no modus operandi como foi divulgada, cercada por holofotes e pirotecnia, acaba contaminando toda cadeia produtiva de gado, suínos e aves do país e que tem na sanidade animal seu maior patrimônio. “O importante é que o governo federal aproveite esse momento para separar o joio do trigo, punindo exemplarmente os servidores pilhados em esquema de corrupção e, também identificando e punindo na forma da lei as indústrias que traíram seus consumidores, mas não é verossímil que um problema pontual, e a Polícia Federal sabe disso, seja usado para generalizar toda cadeia produtiva da carne”, ressaltou.

O deputado finalizou ressaltando que a atuação, classificada por ele como ‘atabalhoada’, do delegado Maurício Moscardi, não deve ser usada para atacar uma instituição que tem prestado relevantes serviços ao país como a Polícia Federal. “Se houve equívocos, abusos ou falhas na Operação Carne Fraca, estes devem ser corrigidos no âmbito da própria corporação, ao mesmo tempo em que as indústrias de proteínas que atuam em sintonia com a legislação sanitária devem demonstrar aos consumidores internos e externos que sua carne é saudável, fiscalizada e pronta para o consumo com sanidade e segurança alimentar”, concluiu Resende.

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