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Política

Estrago foi grande, dizem vereadores sobre 'efeito Coffee Break' nas urnas

05 outubro 2016 - 12h55

Dos 24 parlamentares da Câmara Municipal de Campo Grande que tentaram a reeleição, apenas 11 tiveram sucesso. Alguns vereadores consideram que as denúncias de corrupção envolvendo membros da casa tiveram papel fundamental para este resultado. A principal delas, a operação Coffee Break.

“O estrago da Coffee Break foi grande”, afirma o vereador Edson Shimabukuro (PTB), ao ser questionado nesta terça-feira (4), primeira sessão após as eleições, sobre os motivos de não ter conseguido se reeleger.

Para ele, a ampla divulgação pela imprensa da operação minaram suas chances de reeleição. “Mesmo os que conseguiram, foram poucos”, avalia sobre colegas que, mesmo investigados, conseguiram garantir um lugar na casa.

Presidente da Câmara na época em que a operação foi deflagrada, o vereador Mario Cesar (PMDB) considera que a Coffee Break não atrapalhou apenas os integrantes da casa, ela também afetou a tentativa de reeleição do chefe do Executivo. “O Bernal tentou a reeleição e não conseguiu nem ir para o segundo turno”, diz ele, que não tentou a reeleição.

Para Mario Cesar, os vereadores tiveram que escolher, diante da constatação de ilegalidades na gestão de Bernal, em ficarem omissos ou com a “pecha do golpe" perante a opinião pública. “Ele aproveitou para se vitimizar e dizer que houve golpe. Mas, a população entendeu que ele não foi eficiente o suficiente para a reeleição”, explicou.

No fim das contas, o ex-presidente da casa de leis considera que não houve beneficiados com a situação. “Não ficou bom para nenhum lado e, principalmente, para Campo Grande, porque houve um atraso em quatro anos”, finalizou.

A operação - A Operação Coffee Break foi deflagrada em agosto de 2015. Investigou a suspeita de que vereadores “venderam” seus votos para cassar o prefeito Alcides Bernal (PP), em março de 2014. Gilmar Olarte, o vice-prefeito teria se aliado a empresários da Capital, dentre eles João Krampe Amorim dos Santos, o dono da Proteco Construções, para derrubar o chefe do Executivo.

O nome da operação faz referência a “senha”, descoberta em outra operação - a Lama Asfáltica -para atrair as pessoas que receberiam propina. Por várias vezes, a secretária de Amorim teria convidado os destinatários do dinheiro ilícito para “tomar um cafezinho”.

Realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), a Coffee Break, realizada no dia 25 de agosto do ano passado, prendeu vereadores e empresários, além de resultar no afastamento de Olarte e do então presidente da Câmara Municipal, vereador Mario Cesar (PMDB).

A denúncia contra 24 pessoas só chegou ao Tribunal de Justiça em junho deste ano. O procedimento tem quase 39 mil páginas, movimenta defesas que custam de R$ 150 mil a R$ 1 milhão e tem o signo da polêmica.

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