Depois de se manter em silêncio por algum tempo, o vendedor de botijões de gás e morador do Morro do Alemão, Manoel Martiniano, pai do traficante Luciano Martiniano, o “Pezão” desabafou.
“Nem diria nada para ele, além de um abraço e um beijo. Ele escolheu essa vida e tem de sair dela sozinho. Só ele e Deus que podem sair dessa”, disse o aposentado que mora com a mulher, outros filhos e netos e já teve que abrir a casa 15 vezes para policiais militares, civis e federais revistarem o imóvel atrás de Pezão.
A mulher de seu Manoel, dona Josefa Martiniano diz nunca ter compactuado com as atividades ilícitas do filho. “É uma família de paz, todo domingo se chegar policiais vai ver meu neto aqui, meus filhos, menos ele. Ele nem conhece minha casa”, afirma a dona de casa Josefa Martiniano.
“Uma dor aqui dentro, uma dor. Se eu pudesse falar com ele, falava: ‘Meu filho, se entrega. É melhor do que morrer’. Se eu pudesse falar com ele, mas eu não posso”, lamenta Dona Josefa.
Chorando, ela continua: “Se ele se entregasse, era vivo. Se ele se entregasse para a Justiça para pagar o que ele deve...”. Ao lado dela, o filho de Luciano, que há sete anos é criado pela avó, também chorou emocionado.
