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Polícia

MP diz que delegado deixou janela aberta para furto de cocaína da delegacia

30 agosto 2019 - 21h11

Denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) detalha que o delegado Eder Oliveira Moraes definiu as datas, o trajeto e deixou janela basculante aberta na delegacia de Aquidauana para o furto de 101,8 quilos de cocaína, crime que resultou nas prisões e afastamento do próprio delegado, que já era investigado desde fevereiro pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). A droga foi apreendida no dia 30 de maio pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) no compartimento oculto de um caminhãoque fazia o percurso de Corumbá para São Paulo.

A carga valiosa foi deixada num cômodo que funciona como depósito, na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Aquidauana, que não tinha cofre. Os 96 tabletes com a droga foram colocados entre dois armários. A sala, por medida de segurança, só era aberta com a presença de dois escrivães. Contudo, conforme a denúncia, a cocaína pura despertou cobiça. “Ocorre que a presença de tamanha quantidade de cocaína pura na delegacia, droga de alto valor e raramente encontrada nesta cidade, levantou a cobiça do denunciado Eder, então delegado de polícia titular da 1ª Delegacia de Polícia de Aquidauana, em subtrair a referida carga ilícita e de sua venda auferir dinheiro”, relata a denúncia do MPMS.

Ciente de que a droga não ficaria muito tempo em Aquidauana, o delegado fez contato com a advogada Mary Stella Martins de Oliveira já no dia 3 de junho, abrindo tratativas para o furto. Ela é casada com Ronaldo Alves de Oliveira, condenado por tráfico de drogas e, atualmente, no regime aberto. Ronaldo calculou que o valor do quilo da cocaína era de R$ 5 mil. De acordo com informações prestadas no interrogatório de Ronaldo, o lucro poderia ser maior, considerando o preço de R$ 15 mil em Campo Grande. Além da possibilidade de fazer misturas, aumentando o volume, com rendimento de R$ 25 mil pelo quilo, acrescenta a peça do MP.