Menu
Buscarsexta, 19 de abril de 2024
(67) 99913-8196
Dourados
22°C
Polícia

Central de Inteligência do PCC planejava matar 12 agentes no Estado

20 março 2019 - 13h52

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul desencadeou, na manhã desta quarta-feira (20), através da Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), no interior do Estabelecimento de Segurança Máxima de Campo Grande e na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), a Operação ‘Impetus’, que desarticulou a formação de uma Central de Inteligência do PCC (o Primeiro Comando da Capital), que já teria, como alvos certos para execução, 12 servidores da segurança pública do Estado.

A Central de Inteligência do PCC foi montada de forma compartimentada e reservada dentro da própria facção criminosa, onde presos com funções de liderança criminosa recrutaram internos integrantes do PCC distribuídos entre os sistemas fechado, aberto e semi aberto, bem como, alguns simpatizantes, repassando-lhes a missão, chamada por eles de ‘Salve do Quadro’, para que levantassem, de forma sigilosa, os mais diversos dados pessoais e profissionais em torno de servidores de segurança pública para que pudessem atentar contra a vida deles.

A ação, segundo divulga a Secretaria, significa mais uma afronta do crime organizado contra o Estado e suas forças de segurança pública.

A investigação especializada desenvolvida pela equipe policial da Deco vem sendo feita há quatro meses, e constatou que essa Central de Inteligência do crime organizado foi montada especificamente para levantamentos de dados dos mais variados que levassem a identificação e localização exata de servidores de segurança pública, apurando-se então que os presos encarregados pelo PCC utilizavam-se de técnicas avançadas e atuais, com pesquisas aprofundadas em diversas fontes, dentre elas, redes sociais (utilizando-se de facebook, instagram, twitter, snapchat, bem como, fontes oficiais, dentre elas, cadastros de dados publicados em páginas oficiais nos mais diversos órgãos públicos e inclusive, junto as publicações funcionais elencadas em diários oficiais, desde dados funcionais, qualificação completa, escalas de serviço, remoções e até mesmo promoções funcionais, quando então, os integrantes encarcerados repassavam de forma sigilosa e reservada os dados produzidos para membros do grupo que encontram-se evadidos e/ou em liberdade condicional a missão de continuar com os levantamentos de campo desenvolvidos a partir do que haviam levantado nas mais diversas fontes, quando esses internos escalados extra muros passavam a acompanhar, inclusive com fotos e vídeos, os servidores de segurança pública marcados como alvos, juntamente com familiares, parentes, amigos colegas de profissão, acompanhando minuciosamente a rotina diária, os locais frequentados, residências, veículos utilizados, trajetos de deslocamentos e horários vulneráveis, entre outros detalhes da vida do agente público.

Após o monitoramento dessa engenharia criminosa durante esses quatro meses de investigação, a ação criminosa foi neutralizada nesta quarta-feira em torno dos internos. Agentes da Deco constataram, inclusive, que a partir do mês passado já havia ordens para a ‘inteligência do PCC’ acelerar a execução dos propósitos do comando do crime, em torno de servidores de segurança pública. “É possível afirmar que a ação criminosa orquestrada pela facção criminosa se daria nos próximos dias, tendo como alvo certo, 12 servidores de segurança pública identificados e que seriam potenciais vítimas do crime organizado exclusivamente pela função que exercem junto a segurança pública e tratados pelo PCC como ‘opressores da irmandade’, como descreve a nota divulgada pela Secretaria.

Ação criminosa semelhante à desarticulada pela Deco já havia sido instalada em outros Estados, resultando na execução e morte de três servidores de presídios federais, quando a mesma facção hoje reprimida pela ação das autoridades do Estado também se utilizou de uma ‘central de inteligência’ com a contratação, inclusive, de detetive particular para acompanhamento da rotina dos servidores públicos. A investigação também apurou que, pelo menos, 20 presos do sistema penitenciário estadual, todos integrantes da facção, estavam seguindo as ordens de forma compartimentada a ponto dos integrantes encarregados dos levantamentos em torno dos servidores não terem acesso às ‘missões’ que vinham sendo cumpridas pelos outros grupos de levantamentos a cargo do crime organizado.

Presos

Foram escoltados para a sede da Deco, nessa operação, os presos Augusto Macedo Ribeiro (o Abraão), Laudemir Costa dos Santos (o Dentinho) e Willyan Luiz de Figueiredo, o ‘Daniel’), custodiados no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande e ainda Diego Duveza Lopes Nunes, o ‘Pitbull’ e Wantensir Sampatti Nazareth, o ‘Inverno’, da PED de Dourados. De acordo com a nota, todos serão interrogados e indiciados pelo crime de ameaça e organização criminosa.