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Polícia

Operação prende policiais militares que facilitam o contrabando de cigarros em MS

16 maio 2018 - 21h50

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), núcleo do Ministério Público Estadual que atua em operação especiais, confirmou que policiais militares presos em operação realizada nesta quarta-feira (16) são investigados em inquérito que apura a existência de uma organização criminosa estruturada para facilitar o contrabando, principalmente de cigarros, em Mato Grosso do Sul.

Na operação deflagrada nesta quarta, foram necessários 125 policiais militares e nove promotores de Justiça para cumprimento de 20 mandados de prisão preventiva (sem prazo de validade) e 45 de busca e apreensão. O Juízo da Auditoria Militar também expediu um mandado de prisão temporária (com prazo de cinco dias), mas ele não foi cumprido.

Os integrantes da ação, batizada de Oiketicus, estiveram em 16 cidades e foram vistoriadas residências dos policiais militares, entre eles dois oficiais, bem como os quarteis e bases operacionais da própria Polícia Militar. A Corregedoria da corporação atuou em conjunto na operação.

No final da tarde, o comandante-geral da PM, coronel Waldir Ribeiro Acosta, afirmou o jornal Correio do Estado que a corporação também investiga casos suspeitos de corrupção por meio da Corregedoria. "Quero reforçar que a Polícia Militar está atuando em conjunto com o Gaeco", simplificou o comandante.

As buscas e prisões aconteceram em Campo Grande, Dourados, Jardim, Bela Vista, Bonito, Naviraí, Maracaju, Três Lagoas, Brasilândia, Mundo Novo, Nova Andradina, Boqueirão, Japorã, Guia Lopes, Ponta Porã e Corumbá

"As investigações correm no âmbito do Gaeco e visam o desbaratamento de organização criminosa composta por policiais militares que atuam, primordialmente, na facilitação do contrabando de cigarros. Dentre os policiais militares presos estão praças e oficiais. Após a realização dos procedimentos de praxe e eventuais lavraturas de autos de prisão em flagrante pela Corregedoria da Polícia Militar, serão encaminhados ao presídio militar de Campo Grande", informou, em nota, o Grupo especial.

As prisões envolveram dois tenentes-coronéis, comandantes de unidades no interior do Estado, conforme publicou o jornal. Um policial de Maracaju, que chegou a ser homenageado em evento da PM com a medalha Tiradentes, em abril de 2016, e que estaria envolvido diretamente na cobrança de propina de contrabandistas de cigarros, também foi preso.

O Gaeco trabalha nesse caso desde o ano passado, quando prendeu em flagrante dois policiais militares cobrando propina. Eles exigiam R$ 150 mil para liberar um caminhão carregado com cigarro que tentava cruzar o Paraguai, em dezembro. Com a dupla, havia outros cinco PMs envolvidos.

Oiketicus

A ação do Gaeco foi batizada de Oiketicus em alusão a uma espécie de lagartas que constróem estrutura com seda e fragmentos vegetais, com o formato semelhante a um cigarro alongado que serve para a proteção dos insetos. O “cigarro” vai sendo ampliado com o crescimento do inseto.