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Polícia

Morte de campo-grandense em São Paulo durante o carnaval ainda é uma incógnita

07 março 2018 - 16h20Por Renan Nucci/CE

Depois de um mês, o pastor Roberto Lopes da Silva, de 57 anos, ainda não sabe o que aconteceu com o filho Bruno Lima da Silva, 30, campo-grandense encontrado morto na Praça da República, em São Paulo, na manhã de 6 de fevereiro. O pai desconfia que Bruno tenha sido alvo de ladrões, embora não tenha notado sinais evidentes de violência durante reconhecimento do corpo.

Na manhã desta quarta-feira, Roberto disse ao Correio do Estado que as investigações estão sob sigilo e que o resultado do laudo necroscópico, que pode identificar as causas da morte, leva de 30 a 90 dias para ser divulgado. "Eu já prestei vários depoimentos, mas ainda não sei o que aconteceu. Está tudo sob segredo de justiça e a Polícia Civil não divulga informações preliminares, apenas o inquérito concluído", disse.

Assim como dito durante velório no mês passado, o pai reforçou que pior do que a dor de perder o filho é não saber o que aconteceu. "Tudo demora muito. Várias pessoas morrem em São Paulo todos os dias. Por isso o IML [Instituto Médico Legal] leva tanto tempo para dar uma resposta e a gente segue nesta angústia".

Os fatos

Bruno estava em São Paulo há seis meses para acompanhar o pai que foi submetido a transplante de fígado e fazia tratamento. Eles viviam em apartamento na Rua Herculano de Freitas, no Bairro Bela Vista, com ajuda de custo de R$ 1.400 por parte do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Como o dinheiro não era suficiente, o rapaz trabalhava como tosador em um pet shop na Mooca.

Às 16h15 do dia 4 de fevereiro, Bruno saiu de casa avisando que iria pular carnaval. Ele estava sem celular porque seu aparelho havia sido roubado um mês antes. Anoiteceu e ele não voltou, fato que preocupou Roberto. No início da madrugada, o pai recebeu em seu telefone mensagens de compra de R$ 3 mil e tentativa de compra de R$ 1 mil no cartão de crédito do filho.

Desconfiado, logo pela manhã de segunda-feira, Roberto denunciou o desaparecimento do filho no 4º Distrito Policial. No dia seguinte, foi informado que o corpo de Bruno havia sido encontrado na Praça da República. Apesar de não saber o que houve, Roberto não descarta que possa ter sido alvo das mesmas pessoas que roubaram o celular dias antes.

"Ele contou que não lembrava do roubo, disse apenas que acordou em um motel sem nada. Acho que foi vítima de um boa noite Cinderela e que o mesmo grupo, sabendo que ele seria alvo fácil, porque era uma pessoa muito aberta, o atacou desta vez", comentou o pai no velório.