Menu
Buscarsábado, 27 de abril de 2024
(67) 99913-8196
Dourados
24°C
Polícia

Quadrilha desarticulada pela PF usava nome do ex-juiz Odilon para aplicar golpes

22 novembro 2017 - 11h54Por Luana Rodrigues/CE

A organização criminosa investigada pela PF (Polícia Federal) na Operação Ouro de Ofir chegou a usar o nome do juiz federal aposentado, Odilon de Oliveira, para aplicar golpes. Em fevereiro do ano passado, o magistrado foi alertado e encaminhou um ofício para a PF, pedindo providências sobre este fato.

O juiz afirmou, nesta segunda-feira (20) que as notícias sobre estelionato usando o nome dele começaram a surgir em 2012, por isso decidiu procurar a polícia. “Eles queriam expor que o negócio era lucrativo. Por isso diziam que um juiz havia avalizado, que era bom. As pessoas me procuravam e eu sempre dizia que não, que não tinha nada a ver com aquilo, por isso encaminhei ofício para a Polícia Federal na época”, afirmou Odilon.

Induzidas a acreditar no envolvimento do ex-juiz nas transações financeiras, as vítimas pagavam R$ 1 mil por ação e ficavam com promessa de receber dinheiro no futuro, que seriam lucros de até R$ 15 milhões.

“Os golpistas inclusive emitiam um contrato falso, de uma empresa sediada no Rio de Janeiro, com CNPJ. Eles convenciam a pessoa dizendo que o juiz fulano de tal comprou o negócio e era muito bom”, explicou.

Falsidade ideológica

Sidney Anjos Peró, um dos presos durante a Operação Ofir, deflagrada pela Polícia Federal e Receita Federal já era investigado pela Polícia Civil por falsidade ideológica. Isto porque, há suspeitas de que ele use sobrenome falso, igual ao de família conhecida em Campo Grande.

O delegado titular do Garras (a Delegacia Especializada de Repressão de Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), Fabio Peró Correa Paes, que é filho do ex-reitor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Manoel Catarino Peró, explicou que Sidney não tem parentesco nenhum com a família dele. “Peró era apelido da minha família. Veio do meu tataravô. Em homenagem à família, meu pai colocou de nome composto. Depois que casei virou sobrenome da minha esposa e dos meus filhos”, contou.

O delegado informou que amigos da família já tinham entrado em contato com ele para saber da ligação com o criminoso, o que motivou uma investigação.

Investigação

Envolvida em estelionato, falsidade ideológica e fraude no sistema financeiro, a Company Consultoria Empresarial Eireli, instituição clandestina localizada em Campo Grande, fez mais de 25 mil vítimas em todo o País.

A organização criminosa se valia da falsa redistribuição de comissões das vendas de uma mina de ouro explorada há décadas, para induzir investimentos em dinheiro, oferecendo lucros exorbitantes de até 1.000 %. O esquema era coordenado por Celso Eder de Araújo, Sidney Anjos Peró e Anderson Flores. Os três foram presos na Operação Ouro de Ofir.

O esquema movimentou cifras milionárias, se pautando na crença das pessoas de que estavam colocando suas finanças sob a tutela de uma empresa responsável. O grupo usava a história da mina para atrair a atenção das vítimas e, para convencê-las a investir, apresentavam documentos falsos, certidões com títulos rebuscados e autenticados, como forma de demonstrar credibilidade.

Deixe seu Comentário

Leia Também