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Polícia

Delator Ricardo Saud ofende agente penitenciário e vai parar no isolamento na Papuda

01 novembro 2017 - 14h50Por Raquel Morais/G1

Ex-diretor de Relações Institucionais da J&F Ricardo Saud foi levado para o Pavilhão Disciplinar do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, na manhã desta terça-feira (31) após ofender um agente penitenciário. O castigo vale por dez dias. Os advogados dele informaram ao G1 que vão tentar falar com a direção do presídio para reverter a situação.

O incidente aconteceu antes de o ex-executivo – preso junto com o empresário Joesley Batista (dono do grupo J&F no começo de setembro por suspeita de omissão no acordo de delação premiada – prestar depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a JBS. Na ocasião, ele alegou o direito constitucional de permanecer calado e não respondeu as perguntas dos deputados e senadores.

Enquanto Saud estava fora da penitenciária, o agente procurou a direção para relatar o desacato. O Pavilhão Disciplinar fica em ala diferente da em que ele foi instalado quando preso. Lá, ele não tem acesso a televisão. Além disso, perde o direito às visitas de familiares, que ocorrem nas sextas.

O ex-executivo divide, fora do isolamento, uma cela de 21 metros quadrados com o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato e o ex-deputado federal Celso Jacob (PMDB-RJ).

O espaço fica no bloco 5 do Centro de Detenção Provisória e tem um vaso sanitário, chuveiro com água quente, três beliches e uma mesa de plástico. A cela fica na ala dos "vulneráveis", ou seja, de idosos e presos que ficam sem contato com os demais devido ao risco de sofrerem algum tipo de violência.

Prisão

O ministro Fachin mandou prender Joesley Batista e Ricardo Saud a pedido da Procuradoria Geral da República, que apontou suspeitas de omissão no acordo de delação dos dois e suspeitas de que teriam tido orientação de um procurador – Marcelo Miller –, que depois deixou a função. Eles recorreram ao Supremo Tribunal Federal contra a prisão.

O estopim para as prisões foram áudios em que Joesley e Saud sugerem que Miller estava ajudando no acordo de delação. Fachin suspendeu os benefícios de ambos previstos no acordo e atualmente analisa se homologa a rescisão do acordo apresentada pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.

A defesa dos executivos quer que o ministro revogue a prisão ou leve o recurso para discussão na Segunda Turma do tribunal. Os advogados afirmam que a prisão dos dois coloca em risco a segurança jurídica do acordo de delação, que ainda está válido.