A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados judiciais da segunda fase da Operação Duas Caras, que investiga uma quadrilha suspeita de roubar mais de R$ 1 milhão em contas poupança de clientes da Caixa Econômica Federal, na manhã desta quarta-feira (11). O mandados foram cumpridos em Curitiba, São José dos Pinhais e Colombo.
A ação investiga saques em contas com grandes saldos e que não apresentavam histórico de retiradas, ainda de acordo com a PF. A atual fase mira novos suspeitos de participar do esquema.
Ao todo foram expedidos nove mandados, sendo quatro de busca e apreensão, um de prisão preventiva, dois de prisão temporária e dois de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento.
O esquema contava com a ajuda do funcionário de carreira da Caixa Francisco Casamasmo Júnior. Ele foi preso em João Pessoa na primeira fase da operação, deflagrada no dia 15 de setembro, e está detido na carceragem da PF, em Curitiba.
De acordo com as investigações, ao menos 400 transações financeiras teriam sido realizadas através do esquema criminoso, entre saques e transferências.
Entenda como funcionava o esquema
O funcionário que facilitava o esquema, de acordo com a PF, pesquisava e identificava contas poupança de clientes com grandes saldos e que não apresentava histórico de retiradas. Ele repassava os dados dos clientes ao líder do grupo criminoso.
Por sua vez, o líder solicitava a emissão de documentos falsos e complementava os demais dados necessários com outros participantes do grupo, que geralmente possuíam acesso a banco de dados, em razão de suas profissões.
Na sequência, os investigados entravam em contato com a central de cartões da Caixa e, se passando pelos clientes, informavam a “falsa” perda do cartão para gerar outro.
Os cartões eram retirados nos centros de distribuição dos Correios também com o uso de documentos falsos. Depois, os criminosos faziam uma série de saques nos caixas eletrônicos, compras em débito automático e saques e transferências na boca do caixa até que o dinheiro nas contas se esgotasse.
O nome da ação é uma referência a atuação do funcionário da Caixa investigado, que “age de um jeito ou de outro dependendo com quem está”, ainda conforme a PF.