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Polícia

Prisão de 'embaixador do tráfico' pode ocasionar 'guerra' pelo comando da fronteira

04 julho 2017 - 19h50Por Max Rocha/Douranews

O perigo de uma guerra na fronteira entre o Brasil e o Paraguai é cada vez mais visível. Após a prisão do "embaixador do tráfico" ocorrido esta semana, Luiz Carlos da Rocha, o 'Cabeça Branca', deve se acirrar a disputa pelo controle do tráfico de drogas e armas na região de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, beneficiando, principalmente, a facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital), que vem tentando conquistar esse domínio já há algum tempo. A estratégia é controlar a distribuição de drogas no país vizinho, impondo assim preços também no Brasil.

Segundo o juiz federal Odilon de Oliveira, da 3ª Vara da Justiça Federal em Campo Grande, conhecido por combater o tráfico com mão de ferro, há uma disputa por domínio, e a prisão de 'Cabeça Branca' abre um maior espaço, inclusive, para o PCC. Aproveitando o vazio deixado com a morte de Jorge Rafaat Toumani, a facção vem ampliando desde o ano passado as atividades na fronteira. A prisão de Luiz Carlos Rocha deve esvaziar a atuação da organização criminosa chefiada por ele, ampliando o espaço que poderá ser utilizado pelo PCC.

Na padaria

'Cabeça Branca' era considerado um dos traficantes mais procurados pela Polícia Federal e Interpol na América do Sul, com perfil de extrema periculosidade; usava carros blindados, escolta armada, ações evasivas e ações de contra vigilância. Suas escoltas portavam armas de grosso calibre e empregava ações violentas e atos para intimidar.

Luiz Carlos da Rocha foi preso em operação da Polícia Federal em uma padaria no município de Sorriso, no Mato Grosso, onde ele se passava por agropecuarista. Após diversas cirurgias plásticas e pinturas no cabelo estava com a fisionomia diferente. 'Cabeça Branca' comandava o tráfico no Paraguai mesmo estando no Brasil. Segundo a proprietária da padaria, o traficante e a esposa frequentavam o local, ele falava pouco, sua esposa que sempre conversava. Nunca se imaginava que ele seria um bandido, segundo a empresária.