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Polícia

Polícia investiga organização especializada na prática de abortos no Estado

17 maio 2017 - 18h28

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul investiga se uma mãe obrigou a filha de 17 anos a fazer um aborto. O caso também deu início a uma investigação sobre a existência de uma suposta organização especializada em abortos no Estado. A mãe, de 39 anos, e mais duas pessoas que teriam ajudado foram presas nesta terça-feira (16), como repercute o portal do Estadão.

A jovem teria abortado em 15 de março, na 21ª semana de gravidez. Na época, ela contou à polícia que havia tomado chá de ‘buchinha’ – produto não abortivo - e que, sozinha, cavara um buraco no quintal de casa, onde enterrou o feto, segundo a reportagem.

Investigadores não acreditaram na história e deram início à investigação. Dois detalhes chamaram atenção: a condição física da adolescente, que não teria forças para abrir cova de 1,20 de comprimento por 60 centímetros de profundidade, em função de fraqueza e perda de sangue, e o fato de o namorado da jovem ter encaminhado à polícia áudio em que a mãe dela exigia que ela fizesse o aborto.

Depois de colhidos mais detalhes, os policiais chegaram a um pedreiro de 39 anos que teria sido contatado pela mãe da adolescente para comprar um medicamento que tem caráter abortivo como efeito colateral. Ele teria obtido o ‘medicamento’ com uma enfermeira de 38 anos, que também foi presa.

A adolescente teria tomado dois comprimidos e inserido outros dois na vagina, no dia 13 de março. Sem o efeito esperado e em jejum, ela teria repetido o procedimento um dia depois, realizando o aborto no dia 15. Ela chegou a ser hospitalizada duas vezes por causa da perda de sangue. Cada comprimido foi comprado por R$ 200, totalizando gasto de R$ 1.600 para realizar o aborto.

O próximo passo da polícia é verificar quem fornece o medicamento abortivo cuja venda é proibida no Brasil e descobrir se há mais casos de aborto ocorridos por meio da suposta organização. De acordo com a Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e à Juventude, a mãe da adolescente responde por aborto provocado sem consentimento, formação de quadrilha, corrupção de menor e ocultação de cadáver, pois o feto foi enterrado no quintal da casa. O pedreiro de 39 anos foi indiciado por ocultação - pois teria feito a cova -, tráfico de drogas e associação para o tráfico, já que obteve o medicamento com a enfermeira de 38 anos. Ela também está envolvida com tráfico e associação ao crime, de acordo com a publicação.