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Polícia

Empresa de celulose com sede em MS é alvo de operação da Polícia Federal

05 setembro 2016 - 19h34

Deflagrada hoje pela manhã em oito estados mais o Distrito Federal, a Operação Greenfield da Polícia Federal tem como um dos alvos a empresa Eldorado Brasil, que possui sede em Três Lagoas. Foram expedidos 106 mandados de busca e apreensão, 34 de condução coercitiva e sete de prisão temporária.

Os alvos são Funcef (fundo de pensão de funcionários da Caixa Federal), Petros (trabalhadores da Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios), além da sede da Eldorado Brasil –empresa do grupo J&F– em São Paulo. Os Funcef e Petros estão entre os controladores da Eldorado Celulose.

Os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da J&F, holding que é proprietária de uma das maiores empresas de processamento de proteína animal da mundo, a JBS, foram alvos de busca e apreensão e condução coercitiva. Wesley depôs nesta manhã. Como está fora do país, Joesley não foi levado à PF.

O empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, também foi levado para depor nesta operação. Ele também foi preso novamente pela Operação Lava Jato por tentativa de obstruir os trabalhos da CPI da Petrobras, mas sem relação com a Greenfield.

A PF ainda fez buscas na residência o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto em São Paulo. Ele está preso há mais de um ano em Curitiba no âmbito da Lava Jato.

Ao todo, a operação envolveu 38 pessoas jurídicas e 74 de pessoas físicas. Entre as empresas investigadas estão Santander, Brookfied, WTorre, a vice-presidência de fundos de ativos da Caixa, Deloitte, GruPar (aeroporto de Guarulhos), Sete Brasil, Rio Bravo, Engevix, IBG Eletrônica (nova Gradiente), HAG Participações (holding da Gradiente) e Invepar.

Outros alvos são a BRAM (Bradesco Asset management) e a BEM DTVM (distribuidora de títulos e valores mobiliários), também do Bradesco, além da massa falida do BVA, LD Consultoria, R.S. Consultoria e Lakeshore.

Buscas foram feitas também na casa do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, no Rio de Janeiro.

Segundo a investigação, a ação é baseada em análise de déficits bilionários dos fundos de pensão. Ainda de acordo com a PF, em 8 de 10 casos analisados foram realizados investimentos de forma temerária ou fraudulenta pelos fundos de pensão, por meio dos FIPs (Fundos de Investimentos em Participações).

A Justiça bloqueou bens e ativos de pessoas físicas e jurídicas investigadas no valor de aproximadamente R$ 8 bilhões. Os investigados podem responder por gestão temerária ou fraudulenta, além de outros crimes contra o sistema financeiro.

O nome da operação, Greenfield, remete a investimentos que envolvem projetos incipientes, ainda no papel, como se diz no jargão dos negócios.

A Eldorado disse, por meio de assessoria de imprensa, que não se manifestaria até ter as informações sobre a operação. Também por meio de assessoria, a WTorre informou que "a companhia não teve e não tem nenhuma relação direta com nenhum dos fundos de pensão citados na Operação Greenfield".