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Opinião

Em Dourados, de cada dez votos, quatro serão para candidatos de fora

24 setembro 2010 - 14h20Por Waldemar Gonçalves - Russo

Com quase 130 mil eleitores aptos para votar e há menos de dez dias para o pleito eleitoral do dia 3 de outubro, Dourados, a segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, vem passando por uma crise sem precedentes devido ao escândalo deflagrado pela operação “Uragano” através da Polícia Federal, que levou 60 pessoas a serem indiciadas, e diversas pessoas para trás das grades, entre elas o prefeito Ari Artuzi, a esposa dele, Maria Aparecida de Freitas Artuzi, o vice-prefeito Carlinhos Cantor, nove dos 12 vereadores, secretários municipais e empresários.

Na mesma operação, vale ressaltar, dois vereadores, Gino Ferreira, este suplente do candidato a senador Waldemir Moka, e Dirceu Longhi, do PT, candidato a deputado estadual não foram presos, mas também indiciados por supostos envolvimentos com esquemas de propinas que de acordo com a Polícia Federal, a quadrilha seria comandada pelo prefeito afastado, Ari Artuzi, que inclusive, por medida de segurança, foi transferido para uma das celas do 3º DP (Distrito Policial) de Campo Grande, onde permanece à disposição da Justiça.

ENQUETE

Em época de eleição, Dourados que possui uma das maiores miscigenações de raças do Estado, sempre é tomada por políticos de outras regiões, principalmente da Capital, cujo objetivo deles, seria de arrebatar o maior número de votos possíveis em suas caminhadas rumo ao Senado da República, a Assembléia Legislativa e principalmente a Câmara Federal.

Baseado nisso, a reportagem por uma semana percorreu vários bairros da periferia e constatou que de cada dez votos úteis em média quatro serão direcionados para candidatos classificados como de fora, ou seja, que não possuem residência ou atividades comerciais ou empresariais na cidade, principalmente para os cargos de deputados estaduais e federais.

Por outro lado, na mesma enquete, a reportagem apurou que para as duas vagas para o Senado da República, se depender dos eleitores douradenses, elas já estariam definidas. O eleitorado douradense daria mais oito anos de poder para Delcídio do Amaral (PT), já que ele está bem à frente dos demais concorrentes enquanto a segunda vaga ficaria com o atual vice-governador Murilo Zauith, dos Democratas e em terceiro lugar ficaria Dagoberto Nogueira, bem abaixo dos dois acima citados.

Neste caso, com a reeleição de Delcídio do Amaral matematicamente sacramentada em Dourados, na enquete constata-se que se dependesse somente do eleitorado douradense, a cidade, com o nome de Murilo Zauith, teria assim pela primeira vez em sua história, um senador da República, principalmente porque foi constatado em diversos pontos da cidade, que os nomes deles estariam casados, ficando o candidato pedetista como terceira opção e do peemedebista Moka em último.

PARA A AL

Para a Assembléia Legislativa, a enquete constatou que de dez votos úteis, quatro seriam destinados a candidatos de outras cidades, estando atualmente na frente dentro desta estatística levantada pela reportagem, os que buscam a reeleição, que seriam Londres Machado, Ary Rigo e Jérson Domingos, entre outros de menor expressão, que estão na disputa com os douradenses, que também postulam conquistar uma das 24 vagas.

Vale ressaltar que com as prisões de alguns candidatos de Dourados a AL, os douradenses Zé Teixeira e principalmente o médico e ex-deputado federal e ex-vice-governador George Takimoto passaram a ser em sua grande maioria, os “herdeiros” dos votos, que seriam destinados aos envolvidos no escândalo, principalmente dos que estavam propensos a votar no ex-presidente da Câmara Municipal, vereador Sidlei Alves.

CÂMARA FEDERAL

Para a Câmara Federal o desenho é quase idêntico ao da eleição para a AL Ou seja, nomes como do atual deputado Vander Loubet, do PT, que busca a reeleição, estaria muito bem na preferência dos douradenses, assim como do ex-prefeito de Maracaju, Reinaldo Azambuja, que deixou de disputar a reeleição para deputado estadual para tentar conquistar uma das oito vagas destinadas para Mato Grosso do Sul para a Câmara Federal.

Os dois parlamentares acima entre outros de cidades da região e da Capital, estariam em disputas acirradas para conquistar os votos dos douradenses, embora a cidade tenha nomes qualificados para chegarem a Câmara Federal, inclusive dois deles  que buscam a reeleição.

Na preferência do eleitorado douradense em dar seus votos caseiros, estariam na preferência da maioria dos consultados, o radialista Marçal Filho e o médico Geraldo Resende e o professor e sindicalista, ex-deputado federal, João Grandão do PT.

Os três candidatos douradenses acima citados, que seriam os que teriam mais chance de chegar a Brasília, estão na briga, disputando palmo a palmo, com diversos candidatos de outras regiões, os votos do eleitorado douradenses, constatou a enquete feita em bairros como o Jardim Canaã I, Parque das Nações, Vila Índio, na região do Flórida, entre outras, bem como na região central da cidade.