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Opinião

Meu filho, reprovado! -

03 dezembro 2010 - 18h37Por Ademir Baena

MEU FILHO, REPROVADO!

* Ademir G. Baena

 

Estamos chegando a mais um final de ano, entramos na reta final do ano letivo, e muitos pais devem ter chegado à conclusão de que seus filhos não irão para a próxima série.A ansiedade dos pais em querer ver o filho aprovado é grande, também é grande a decepção dos pais que tiveram seus filhos reprovados.

Muitos pais ainda estão sob o choque da notícia de que seu filho não passou de ano, a repetência é um assunto delicado e deve ser discutido, atualmente, é claro este é também um choque financeiro, um investimento que aparentemente não teve rendimento ou aproveitamento, mas existem outros ângulos a serem revistos.

Por que uma criança passa de ano? Certamente porque acompanhou adequadamente todo o conteúdo dado pela professora, enquadrou-se dentro de todos os parâmetros estabelecidos durante o ano letivo e se o desempenho dessa criança é avaliado através de provas, esse aluno obteve a média necessária para sua aprovação.

A maioria das crianças consegue o êxito de serem aprovadas, passam para outra série, no entanto, o seu filho não conseguiu. E você se pergunta, por que?

Muitos fatores podem influenciar de maneira negativa, causando o insucesso escolar, tanto de ordem orgânica (principalmente doenças que afastam as crianças das escolas por longos períodos, ou ainda, aquelas que impedem que a criança tenha um desenvolvimento adequado na escola, como por ex: perda auditiva, déficit visual etc,) quanto emocional.

Se já estão esgotadas as possibilidades de recuperar o conteúdo pedagógico do ano e as notas, é hora de pensar nos erros, analisá-los, para evitar repeti-los no futuro.

As crianças que são acompanhadas de perto por seus pais de forma atenciosa tendem a ter suas dificuldades detectadas de forma precoce. Já aqueles que fazem seus deveres sozinhos sem o interesse dos pais, ou aqueles cujos pais fazem por eles, têm maior probabilidade ao fracasso devido a um possível problema.

Em alguns lares a harmonia, a relação familiar, está em falta, e isso altera consideravelmente o ritmo de produção da criança, refletindo de forma negativa no desenvolvimento das habilidades escolares. Para a criança que já percebeu que não irá acompanhar a turma no próximo ano, também é um momento complicado, de frustração, de ansiedade, que traz à tona sentimentos de vergonha.

O ideal é que se possa, na medida do possível, estabelecer junto com ela uma rotina de trabalho, quanto ao local para realizar as tarefas (preferencialmente longe da televisão, um lugar silencioso e com iluminação adequada) e ao horário de estudo e lazer. Orientar, conscientizar a criança desde cedo, que se tem tempo para tudo e a execução da tarefa escolar é de responsabilidade dela. Alguns alunos apresentam muitas vezes, dificuldades em acompanhar o conteúdo dado, podendo até apresentar um ritmo mais lento que a maioria da turma. O número de crianças com pequenas dificuldades é grande. Aqueles que apresentam verdadeiros distúrbios de aprendizagem são poucos.

Nesse momento tão delicado, procure uma aproximação mais interativa com a criança, faça-se mais presente e seja justo, levando em consideração o motivo da repetência; nem sempre atingir as metas é culpa exclusiva do aluno, isso pode valer também para o seu filho já adolescente.

Para que seja feito um levantamento adequado do problema, nesses casos, é necessária a avaliação de um neuropediatra, um levantamento do desempenho de linguagem e audição adequado, feito pelo fonoaudiólogo. Muitos casos exigem também o parecer de um psicólogo ou um pedagogo, com o objetivo de verificar se há algo de errado no processo de aprendizagem.

Esse assunto é bastante extenso, nossa intenção é esclarecer que o mais importante de tudo nesse processo é a base. É imprescindível que não haja falhas, mas que a assimilação de tantas novidades possa se dar de forma tranqüila, elaborando os novos conteúdos.

A idade cronológica de 07 anos por si só, não é o suficiente para que a criança ingresse na escola. (Vale lembrar da proposta de mudança do sistema educacional brasileiro).

É de suma importância que algumas habilidades específicas como: linguagem, percepção, esquema corporal, orientação espacial e temporal, lateralidade estejam em harmonia com o processo neurológico; menos que uma questão de idade, seis ou sete anos, o sucesso escolar dependerá do amadurecimento global da criança.

* Fonoaudiólogo - Especialista em Voz - CRFa. 0176/MS