Municípios de pires na mão, esperando as migalhas do Estado e da União e os Estados, igualmente de pires na mão, esperando as migalhas da União. Essa tem sido a lógica capitalista na estrutura federativa, preconizando a necessidade de que os governantes busquem pelo menos um mínimo de sincronismo com quem detém as chaves dos cofres, em Brasília.
Por isso mesmo, ainda que adversários, os governantes sempre dão um jeitinho de se aproximar do Poder central. Foi assim quando Zeca do PT presenteou o ex-presidente FHC com uma pena de caburé, ave típica do pantanal sul-mato-grossense, cena que se repetiu quando André Puccinelli elegeu a então ministra Dilma Rousseff como a “fada madrinha” de Mato Grosso do Sul.
Até o destronado Ari Artuzi tentou das suas. Em uma das raras viagens que o curto tempo de permanência no Poder local o permitiu, tratou de enfiar um bilhetinho nos bolsos traseiros do ex-presidente Lula e, para não perder o costume, também “agarrou”, para fotos, a hoje presidente da República.
Essa é a rotina. Onde está o dinheiro? Pra não cair no lugar comum da musiquinha [o gato comeu/o gato comeu!/... ou seriam os ratos?], ninguém tem mais dúvidas de que o caixa-forte está concentrado em Brasília. É pra lá que são destinados os recursos de quase quatro meses trabalhados durante o ano de todo o contribuinte brasileiro, incluindo os entes federativos.
Por isso mesmo, o momento é de expectativa otimista para os douradenses. Afinal, se tivemos um hiato administrativo [2009/2010], agora retomado com a inserção de, pelo menos, uma programação que prevê recursos da ordem de meio bilhão de reais no Orçamento da União para 2012, essa é a hora de concentrar esforços, preparar bons projetos e não esmorecer com o trajeto MS-Brasília.
E, principalmente, cuidar com carinho do nosso queijo.