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Blog do Clóvis

A reforma que Dourados espera que o prefeito Murilo faça

17 novembro 2011 - 13h36

Passados os primeiros nove meses de mandato, após a série de operações que levou pra cadeia uma porção de políticos, empresários e gente envolvida no esquema de corrupção instalado na Prefeitura de Dourados, o prefeito Murilo Zauith tem agora a oportunidade de começar, de fato e de direito, a impor a marca dele no comando do Município.

A senha foi dada justamente pelo colaborador mais próximo, o secretário de Governo José Jorge Leite Filho (Zito), o principal coordenador da campanha que elegeu Murilo prefeito este ano e também o amigo escolhido para coordenar, em 2010, a campanha regional da reeleição do governador André Puccinelli.

Feita essa introdução, é bom que o internauta tome conhecimento do currículo político de Zito e saiba também que, muito provavelmente, ele não será substituído na reforma a ser conduzida por Murilo. Saibam todos, também, que essa reforma não deve acontecer antes da virada do ano. Prazo, aliás, mais do que suficiente, para que alguns dos atuais colaboradores do primeiro escalão, e que estejam se sentindo desconfortáveis na função, possam ir limpando as gavetas.

Desde que se predispôs a governar a cidade, há pelo menos dez anos, Murilo sabe das dificuldades que iria enfrentar assim que chegasse ao cargo. Máquina administrativa inchada, resultado da avalanche de concursos e lotações e da criação de novos cargos; pessoal enraizado e “viciado” em funções e sistemas já ultrapassados; estrutura organizacional defasada e de funcionamento obsoleto; e, principalmente, a má vontade em romper com esse conservadorismo cultural.

Eleito com o aval de 15 partidos, e de posse de uma invisível carta de apoio que lhe outorgaria todos os poderes para promover as mudanças estruturais necessárias, Murilo não conseguiu se desfazer de “compromissos” que agora começam a produzir os efeitos nefastos do emperramento da Administração. Há servidores que continuam esbanjando má vontade, colaboradores que não conseguem (ou não querem) colaborar, buracos (estes, sim, cheios de boa vontade em se proliferar) em todos os sentidos e, fundamentalmente, a inércia que impõe os rituais da burocracia governamental.

Como romper com tudo isso? Sacando de algum lugar a invisível carta de apoio, invocando o princípio da incondicionalidade para o exercício de mando e oferecendo-se como principal avalista para o tratamento de choque que está a merecer a combalida estrutura pública do Município. E assim mesmo, com todos esses ingredientes, conformar-se em só poder contemplar os mínimos resultados positivos em um futuro não muito próximo.

Esse é o espectro de anos a fio de irresponsabilidades e achismos perpetrados pelos (des)construtores da história atual da cidade de Dourados.

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