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Opinião

Crônica em retalhos: um pacto por Dourados

20 novembro 2010 - 18h21Por Wilson Valentim Biasotto
Dourados é maior: nossa cidade é maior, muito maior que os seus problemas, no entanto, cidade nova, ainda é vítima de aventureiros que não a amam e somente querem usufruir de suas riquezas e bondades. Nessa crônica vou alinhavar algumas idéias com o objetivo de contribuir com a restauração de nossa cidade.

Amarildo: Conversei recentemente com Amarildo Ricci, experiente administrador da Rádio Grandourados FM, cidadão preocupado com os destinos de nossa cidade. Perguntou-me Amarildo, sem muito rodeio, se eu havia me surpreendido em relação aos envolvidos nas operações Owari e Uragano.

Surpresas: Claro que fiquei surpreso com as duas operações, claro que fiquei chocado com o volume e intensidade dos fatos, mas fiquei especialmente triste com o envolvimento de algumas pessoas, com as quais me relacionei na qualidade de vereador ou de secretário de governo, especialmente Sidlei, Cimatti, Carlinhos, e com a Clarisse do IPTU.

Inês é morta: mas, não adianta chorar pelo leite derradado. Agora é pensar em como recuperar Dourados da situação delicada em que se encontra. Acontece que cada um tem uma opinião, cada cabeça uma sentença. As coisas estão se tornado difíceis.

Uma saída: meu caro confrade da Academia Douradense de Letras, Waldir Guerra, em artigos que publica semanalmente tem defendido a candidatura de Murilo Zauith como uma espécie de panacéia para os nossos males. Será o caso?

Outra opinião: Nessa semana o PMDB manifestou o seu contentamento com a prefeitra interina Délia Razuk. Significa dizer que a vereadora Délia teria o apoio do partido se eventualmente se decidir a disputar a vaga efetiva de prefeita.

Outros partidos: Cada partido uma opinião, ou ainda sem formar opinião. O PT, por exemplo reúne-se frequentemente mas ainda não conseguiu unidade de pensamento para definir-se. Lançará candidato? Não lançará? Tetila, poderia concorrer? João Grandão teria fôlego para mais uma campanha? Esse que vos escreve estaria ainda disposto a enfrentar as urnas depois da última derrota? Ou estaria propenso a não concorrer mais, a exemplo de Margarida Gaigher que, desiludida com os resultados das urnas, deixou o PT e a política?

Aliança PT x PMDB? – Acho difícil colocar à volta de uma mesma mesa as lideranças desses dois partidos em Dourados e no Mato Grosso do Sul, mas e se for para o bem de Dourados? Convenhamos, para a recuperação mais rápida dos rombos de nossa cidade haveremos de precisar recorrer ao governo do estado e à presidência da república. E o André, não é do PMDB? E a Dilma não é do PT? Talvez valesse a pena. Talvez as lideranças desses partidos possam mostrar-se mais republicanas, possam fazer um esforço para a superação de suas vaidades pessoais em benefício de Dourados. Quem sabe?

E as nossas forças vivas? Sinceramente, fico muito intrigado com o silêncio de nossas forças vivas. Cadê a ACED, a OAB, Associação Médica, SIMTED, Sindicato dos Professores Universitários, Sindicado dos Professores das Escolas Particulares, Sindicato dos Bancários, dos Comerciários, dos Eletrecitários? E os partidos políticos? As Universidades? E as Associações de Bairros?

Mais uma idéia: Bom, às vezes sou chamado de doido devido algumas idéias que tenho. No final dos anos de 1970 início de 80, quando defendia a idéia da UFGD, fui considerado louco.

Da mesma forma, fui considerado doido quando sugeri o “trem universitário”. Fazer o que? Penso que idéias são para serem discutidas. Então lá vai: A prefeita interina, a meu ver, deveria convocar uma reunião com todas as forças vivas de Dourados, ou seja, uma reunião com instituições, entidades de classe, clubes de serviço, lojas maçônicas, universidades, enfim, uma grande assembléia geral. Nessa reunião a prefeita sugeriria que as entidades se manifestassem a respeito da situação em que vivemos e ouviria as propostas apresentadas. Havendo interesse da comunidade, formar-se-ia uma Comissão Executiva com o objetivo de costurar um pacto por Dourados.

Uma coisa é certa: essa idéia pode ser um tanto exdrúxula e nem sei ao certo se temos lideranças em Dourados com entusiasmo suficiente para fazer de nossa cidade uma cidade cidadã, educadora, mas de uma coisa estou certo: somente se conseguirmos arregimentar uma grande força interna seremos capazes de sonhar. Em caso contrário ficaremos à mercê de manás caídos do céu, ou das benesses que nos servem os governos do estado e federal.

Suas críticas são bem vindas: [email protected]

O autor é membro da Academia Douradense de Letras; aposentou-se como professor titular pelo CEUD/UFMS, onde, além do magistério e desenvolvimento de projetos de pesquisas, ocupou cargos de chefia e direção.