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Quantas lágrimas não vimos em nossas vidas? Eu, particularmente vi muitas e até já escrevi certa vez uma crônica que denominei “A Lágrima de Helena”. Referia-me à lágrima que rolou pelo rosto de Heloisa Helena quando ela deixou o Partido dos Trabalhadores para fundar o PSOL. Àquela época escrevi que “Vi muitas lágrimas em minha vida. Algumas ajudei a enxugar, outras acompanhei, outras ainda chorei sozinho. Lágrimas são gotas benditas, quase miraculosas. Aliviam a dor, acalentam a esperança e substituem até mesmo o riso, quando a alegria é incontida.

A lágrima, além disso tudo, é a expressão mais forte dos sentimentos humanos”. Naquele já distante dezembro de 2002, lembrei-me das lágrimas do velho Timbira, no poema de I-Juca Pirama: “Corram livres as lágrimas que choro/Essas lágrimas sim que não desonram”. Lembrei também da lágrima de Lula quando foi diplomado presidente pela primeira vez, da lágrima de Odilon Martins Romeu, o super-secretário de Harry Amorim Costa quando esse primeiro governador de Mato Grosso do Sul foi deposto pelas forças da oligarquia do Novo Estado.

Conclui àquela época dizendo que “emociono-me ainda hoje com o choro do velho Timbira, com o choro de Lula e com o de Odilon Martins, mas a lágrima de Heloísa Helena eu gostaria, se pudesse, tê-la chorado junto” (cf. www.biasotto.com.br Crônicas 2002, A Lágrima de Helena).

Hoje, passados oito anos, continuo valorizando as lágrimas, essas simples e pequeninas gotículas que regam os campos de nossas saudades, de nossas dores ou mesmo de nossas alegrias. E não é que tenho a satisfação de constatar que tenho algo mais em comum com o nosso presidente além da filiação partidária? E não é que o presidente em seu discurso proferido em Dourados no dia 24 de agosto de 2010, estabeleceu uma relação direta entre a criação da UFGD e a lágrima de uma docente de Medicina?

Quer dizer que as lágrimas não servem apenas para exprimir dores, sofrimentos ou alegrias, elas prestam-se também para definir, em última análise, a implantação de uma Universidade. Uma lágrima! Vista por um presidente sensível aos clamores de seu povo. Uma lágrima que não vi, aliás, uma das poucas ações que não participei em relação à criação da UFGD.

Uma lágrima que se soma à luta de tantos professores, alunos, cidadãos e políticos douradenses. Uma lágrima que se soma à política de ampliação das Universidades Federais Brasileiras implementada pelo governo Lula. Uma lágrima imortalizada!

Suas críticas são bem vindas: [email protected].

* Membro da Academia Douradense de Letras; aposentou-se como professor titular pelo CEUD/UFMS, onde, além do magistério e desenvolvimento de projetos de pesquisas, ocupou cargos de chefia e direção.