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Opinião

Dia 5 de maio e o Clube Cinco de Maio de Dourados

05 maio 2011 - 14h42Por José Tibiriçá Martins Ferreira

Nas dependências da Telecomunicações de Mato Grosso S/A – Telemat, em Dourados, um grupo de empregados, reuniram-se no dia primeiro de março de 1982, com a finalidade de fundar o Clube Cinco de Maio de Dourados, data em que se comemora o Dia  das Comunicações.

Em Campo Grande, na sede administrativa da Empresa, já existia um Clube com o mesmo nome ao qual éramos filiados, cujo desconto de pagamento de sócio era feito na folha de pagamento. Nós precisávamos nos livrar da capital,  assim houve a reunião presidida pelo engenheiro Mario Bernardes Guimarães, para os íntimos, Mário Gambá e até hoje não sabemos o porquê deste apelido. Ele era o chefe da Divisão de Redes, muito querido pela sua equipe de trabalho e pelos demais empregados, tinha como costume ao conversar sobre algum assunto, enrolar os poucos cabelos que lhe restavam da calvície avantajada.

Então à revelia da direção de Campo Grande, onde estavam presentes, além deste articulista, os empregados: Alda Fernandes Saldanha, Claudio Garcia, Edivaldo (Pelé), Cícero Peralta, Luiz Antonio da Cunha, William Pereira Pinto e Anadir Rute dos Santos, que lavrou a ata de fundação do clube, sendo o Estatuto do Clube elaborado por mim, sendo esta a primeira diretoria.

Sob a presidência de Mário Bernardes Guimarães foi fundado o nosso clube que levou o nome de Clube Cinco de Maio de Dourados, afinal o nosso dinheiro estava indo para Campo Grande e com isso não levávamos nenhuma vantagem. Na época o nosso gerente regional era o engenheiro Roberto Adão de Morais, que nos apoiou, visto que Mário, Cunha e eu, fomos chamados  em sua sala e comunicados que  a direção do Clube Cinco de Maio de Campo Grande, na pessoa do Presidente, advogado Carlos Eduardo Ferreira de Almeida estava enfurecido, porque tínhamos fundado o nosso clube, não pôde nos punir, afinal estávamos nos libertando do jugo da capital.

Recebemos a doação de uma área da Prefeitura de Dourados, via Prefeito Braz Melo e ali construímos o clube, ele ainda existe, está localizado próximo ao Conjunto habitacional Izidro Pedroso, é administrado pelo empregado da Brasil Telecom S/A, um dos poucos que restou da velha guarda, Iciro Gonçalves e sua equipe.

Para a construção deste clube, muitos empregados da empresa tiveram a participação no trabalho, apoio da empresa, através de doações, o clube não deve até agora nenhum tostão a ninguém, é popular. Várias empresas ligadas à área de comunicação, através de seus empregados são sócios, é alugado para terceiros, por ocasiões festivas, cujos recursos ajudam na sua manutenção.

Na época Dourados era muito carente de mão-de-obra na área de telecomunicações, a maioria dos empregados da área técnica e rede vinham de fora. Através do gerente Roberto Crancianinov (Roberto Russo), fizemos a seleção dos primeiros técnicos na área de comutação e rádio, sendo aprovados Dominguinho, José Moreira Salviano e Abel de Carvalho.

Na área de rede, Dr. Mário Bernardes Guimarães e eu, gerente da área de recursos humanos, estivemos na Brigada Guaicurus, fomos recebidos pelo Comando do Exército que selecionou cerca de trinta soldados e cabos variáveis que fizeram ali o curso de ajudante de cabista, cabista e instalador de rede, dentre eles foram admitidos posteriormente Dorival Felix Sobrinho e outros que foram muito úteis. Eles fizeram vários cursos internos na empresa e foram muito úteis até a  privatização, cujo trabalho foi substituído pelas empreiteiras, muitos deles estão ainda em atividade, mas não sabemos se elas investem no treinamento deles.

Houve a privatização das empresas, telefônicas em 28 de junho de 1998, dentre elas a Telems, os empregados de Campo Grande tiveram a infeliz idéia de construir o clube na área da empresa e perderam o espaço para a Brasil Telecom S/A.

Nós douradenses fomos mais felizes, pois construímos, investimos nosso dinheiro no nosso patrimônio e não fomos atingidos, afinal valeu a pena termos nos rebelado e para tal tivemos um líder chamado Mário Bernardes Guimarães. Na oportunidade, quero, em nome daquelas pessoas acima citadas e os demais ex-empregados da Telemat/Telems, homenageá-lo post mortem, nesta data, pois ele no dia 02 de abril de 2011, numa madrugada de um sábado, partiu para o Oriente Eterno.

Gostaria que a direção do Clube Cinco de Maio de Dourados pudesse homenageá-lo e  para tal sugiro que se de ao campo de futebol ali existente o nome de Praça de Esporte Mário Bernardes Guimarães – o Gambasão.

É uma homenagem muito justa, afinal ele sempre foi um sonhador, morreu pobre, deixou uma família maravilhosa, muitos amigos e  boas obras. Veio das Minas Gerais para ajudar a implantar as redes telefônicas em nosso Estado de Mato Grosso e depois em Mato Grosso do Sul

Que descanse em paz e que de lá do alto, continue nos iluminando com os bons exemplos, pois os seus bons atos não ficarão esquecidos, sempre lembrados como  idealizador e um dos fundadores do nosso clube.

Dourados-MS, 05 de Maio de 2010.

O autor é advogado, trabalhou durante 23 anos na Telemat/Telems